Moçambique: 90 anos de presença da Consolata

No dia 30 de outubro de 1925 desembarcou no porto da Beira, Moçambique, o primeiro grupo de missionários da Consolata enviado.

Por Diamantino Guapo Antunes

Faz agora precisamente 90 anos que o primeiro missionário da Consolata, padre Luís Perlo, viajava do Quênia para Moçambique. Foi combinar com as autoridades eclesiásticas e civis a vinda dos missionários da Consolata para Moçambique. Esta viagem abriu as portas para a entrada dos missionários neste país, o que veio a acontecer no dia 30 de outubro de 1925. Sem história somos analfabetos incapazes de ler o presente. Conhecer o nosso passado ajuda-nos a compreender quem somos e o que fazemos. Por isso, os eventos que celebramos são ocasião para um confronto sério e aprofundado com a experiência concreta vivida em Moçambique nestes 90 anos de presença e ação missionária.

O passado no presente
historiamoçambique1Os primeiros seis missionários que chegaram a Moçambique em 1925 estabeleceram-se na Missão de São Pedro Claver de Miruro, na atual diocese de Tete. Em 1926, alargaram a sua presença ao Niassa, fundando dois anos depois a Missão de Nossa Senhora da Consolata de Massangulo. O Niassa, assume-se como o centro de irradiação da evangelização. A partir de 1938, foram fundadas as missões de Mepanhira, Mitúcue (1939), Maúa (1940), Lichinga (1945), Maiaca (1947), Cóbue (1950), Nsinje (1960), Metangula (1962), Cuamba (1962), Etatara (1962), Marrupa (1965), Majune (1965), Mecanhelas (1966), Mitande (1966), Nipepe (1967) e já mais recentemente, em 2002, Entre-Lagos e Metarica.

Inhambane
Em 1946, os missionários da Consolata entraram no Sul do Save, na atual diocese de Inhambane e fundaram as missões de Massinga (1946), Nova Mambone (1946), Mapinhane (1947) e Maimelane (1948). Nos anos 60 surgem as missões de Muvamba (1960), Vilanculos (1966) e Funhalouro (1967) e em 1973 a Missão e o Centro Catequético do Guiúa.

Na arquidiocese de Maputo, começaram a sua atividade missionária em 1948 ao assumirem o cuidado pastoral da Missão de Liqueleva. Em seguida, fundaram as paróquias de Matola (1951), Machava (1956), Boane (1963), Infulene (1972) e assumiram as Paróquias de Liberdade (1982) e Mártires do Uganda (2010). Nos anos 90 inauguraram o Seminário Filosófico na Matola e o Noviciado de Laulane.

Na arquidiocese de Nampula, os missionários começaram a trabalhar em 1983 no seminário interdiocesano de Nampula e em 1992 inauguraram o seminário Médio da Consolata, assumindo em seguida as paróquias de Santa Maria e de Nossa Senhora da Paz. Em 2011, regressaram a Tete e em 2013 assumiram os trabalhos da Paróquia de Nossa Senhora da Consolata de Fingoè.

Quem são e onde estão?
Hoje trabalham em Moçambique 46 missionários, nas dioceses de Lichinga, Gurué, Nampula, Tete, Inhambane e Maputo. Destes, 40 são padres, dois são irmãos e quatro são leigos. Salienta-se a presença dos bispos de Tete e do Gurué, também eles missionários da Consolata.

Estão presentes em seis províncias, de norte a sul do país, com profundas diversidades linguísticas e culturais. Para além do português, língua oficial de Moçambique, os missionários lidam com 10 idiomas diferentes: ronga, bitonga, xitswa; ndau; chinyungue; chisenga; pimbe; elomwe, macua e ciyao, do rovuma ao Maputo, do zumbo ao Índico.

Prioridades pastorais
Os missionários estão atentos e dispostos a responder aos novos desafios pastorais a serviço da Igreja local e da sua consolidação, dando prioridade à evangelização dos não-cristãos; acompanhamento e formação dos já cristãos, sobretudo dos agentes de pastoral; serviços qualificados à Igreja local e inserção nas novas situações/desafios missionários: juventude, família, pobreza urbana, inculturação e diálogo inter-religioso, Justiça e Paz etc.

A razão da presença dos missionários em Moçambique é e continuará a ser a evangelização dos não-cristãos. A motivação principal desta escolha está na opção do Instituto Missões Consolata pelas situações mais especificamente missionárias Ad Gentes, deixando ao clero local e a outros missionários as paróquias já consolidadas.

Fonte: Revista Missões

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