A boa economia

Há que se entender, antes, o real e verdadeiro significado do termo desenvolvimento, para que se possa então desenhar política econômica capaz de atenuar os desequilíbrios sociais.

Por Marcus Eduardo de Oliveira *

fepoliticaQuando o capital humano passa a ser valorizado e incluído nas políticas econômicas, a economia então passa a fazer pleno sentido. Aos economistas modernos que pautam suas ações a partir dessa linha de pensamento, cabe anunciar, em alto e bom som, o que Edmund Phelps, laureado com o Nobel, diz com bastante propriedade: “a boa economia é a que satisfaz a aspiração a uma vida boa”.

Portanto, se os economistas têm uma “função” bem definida na sociedade, essa é, certamente, a de se envolver no processo de transformação econômica e social a partir da inclusão dos excluídos e da valorização das pessoas.

Não tenhamos dúvidas que só haverá inclusão plena, verdadeira e consistente, quando as ações econômicas promoverem essa urgente transformação. Sem inclusão, definitivamente, não há progresso que se realize; não há desenvolvimento, na acepção do termo.

Para se obter verdadeiro e pleno desenvolvimento econômico é fundamentalmente essencial que a economia faça a inclusão e valorização dos indivíduos.

Essa inclusão passa indubitavelmente por avaliar o padrão de vida das famílias. Quando se pensa em “inclusão”, deve-se ter em conta que esse termo está associado ao alcance de bem-estar. É pela inclusão das pessoas que, com exatidão, se convenciona medir o eixo da liberdade e da melhoria de vida de cada um. Isso implica, antes, captar a realidade social, transformando-a.

Justiça social

Não é possível pensar em desenvolvimento sem, antes, valorizar o capital humano, assim como também não é possível falar com seriedade em crescimento de liberdades e de justiça social sabendo que um terço da humanidade permanece mergulhado na miséria, numa abjeta condição de vida.

Uns dizem que a melhor política de desenvolvimento seria aquela capaz de enriquecer os indivíduos. Outros, mais preocupados com a realidade social, apontam que a melhor política é aquela que elimina a pobreza dos mais necessitados.

Esses últimos estão ao lado dos que pensam ser necessário, antes de qualquer outra coisa, destruir os alicerces da pobreza, a fim de solidificar uma economia com capacidade de prosperar, sem as manchas sociais da fome, da miséria e da exclusão social.

Quem está desse lado, sabe bem que uma economia vai mal e regride quando a especulação e as artimanhas, por exemplo, do mercado financeiro, se tornam mais atrativas que a criação de novas atividades que nascem de novas ideias que, por sua vez, está centralizada na valorização do capital humano, do trabalho individual e das ações de cada um de nós. ν

* Marcus Eduardo de Oliveira é economista e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO, em São Paulo.

Fonte: Revista Missões

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