Assunção de Nossa Senhora

Por Maria Aparecida de Cicco

A Assunção de Nossa Senhora é um tema difícil de ser compreendido, tanto por crianças como por adultos, especialmente a partir da modernidade, onde a valorização da razão e da ciência questiona o espiritual.

A Bíblia não faz menção direta à assunção de Nossa Senhora, no entanto, os santos padres e teólogos da Igreja buscam nos textos bíblicos, desde o Gênesis até o Apocalipse, a fundamentação que aponta esse privilégio como decorrência das verdades ensinadas na Sagrada Escritura. Em Lucas, a saudação do Anjo no momento da anunciação "Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo, bendita és tu entre as mulheres!" (Lc 1,28), já apresenta a plenitude da graça que foi concedida à Maria, e da qual a sua assunção é o complemento. O Catecismo da Igreja Católica diz: "A Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos" (CIC 966).

Assim, para nós, cristãos, a assunção é o resultado da união de Maria com seu Filho, Jesus Cristo. União à qual foi fiel até a cruz, participando integralmente de toda a vida e sofrimento daquele que havia gerado. Consentindo com amor que a Salvação chegasse à humanidade, na encarnação e na morte. (cf. CIC 964 e LG 57 e 58)

Reflexão sobre o Evangelho: Nestas passagens do Evangelho de Lucas, encontramos os sinais da adesão incondicional de Maria ao projeto de salvação que Deus quer realizar.

· Em primeiro lugar, vemos uma mulher que não se deixa seduzir pela vaidade de ser escolhida para Mãe do Filho de Deus, mas que apesar disso tem a pressa a se colocar a serviço. Aquela que Deus escolheu deixa o conforto do seu lar para ir ao encontro de quem necessita, sua prima Isabel, grávida em idade avançada.

· Ao encontrar-se com a prima, mais uma vez é saudada como bem aventurada. O Espírito Santo inunda o coração de Isabel, que reafirma a Graça de Deus em Maria.

· A resposta de Maria, o cântico do Magnificat, é um prelúdio do Reino e dos seus destinatários. Deus não age na história humana a partir dos poderosos, nem das estruturas injustas. Ele age a partir dos mais fracos, marginalizados e excluídos, propondo uma nova forma de vida.

O evangelho de Lucas coloca Maria em lugar especial no plano salvífico de Deus, ela não é apenas a mulher escolhida para gerar o seu Filho, mas está intimamente ligada a todo o projeto de salvação, o que lhe confere um papel fundamental e uma graça inigualável.

Maria se fez disponível a Deus e viveu plenamente a fidelidade a Ele por toda a vida. Ser levada direta e imediatamente ao Céu é a consequência dessa vida.

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