Especial: 35 anos da primeira viagem de João Paulo II ao Brasil

Por Radio Vaticana

Às vésperas da viagem apostólica do Papa Francisco à América do Sul, a Rádio Vaticano recorda que, há exatos 35 anos, São João Paulo II pisava pela primeira no Brasil.

Para celebrar essa data, a partir desta quarta-feira até o próximo sábado vamos recordar os momentos mais marcantes daquela primeira viagem apostólica de "João de Deus" em nosso País.

Hoje, recordamos como foi a chegada em Brasília, em 30 de junho de 1980. A sequência das matérias especiais traz a visita do Papa João Paulo II à penitenciária de Papuda, em 1º de julho de 1980, a presença do santo no Corcovado, em 2 de julho de 1980 em por fim, a oração a Nossa Senhora, em Aparecida, no dia 4 de julho.

O pontificado de João Paulo II começou em 16 de outubro de 1978 e desde o início o santo quis ser peregrino, itinerante e missionário. Em seus 26 anos de pontificado, realizou 104 viagens apostólicas aos cinco continentes. Povos de tantas raças, culturas, idiomas e religiões puderam abraçar e ser abraçados por esse incansável mensageiro da paz.

Em solo brasileiro, "João de Deus" chegou pela primeira vez no dia 30 de junho de 1980. Logo ao descer do avião, em Brasília, beijou a nossa terra. Um beijo que uniu para sempre o coração do Papa ao coração do povo brasileiro.

"Não foi sem grande e profunda emoção que beijei há pouco o bom e generoso solo brasileiro".

Ates mesmo de chegar ao Brasil, João Paulo II enviara uma mensagem saudando a Igreja local e seus Pastores, os governantes e responsáveis pelo bem comum, as famílias, os jovens, as crianças e os que sofrem. Dizia iniciar essas jornadas pobres de qualquer aparato humano e trazendo uma única riqueza: um grande afeto pelo povo brasileiro, o desejo profundo de proclamar o Evangelho e a vontade de contribuir na consolidação da fé cristã da nossa gente.

"Esta visita ao Brasil que agora começa a realizar-se, foi um sonho longamente acalentado. Eu desejava por muito diferentes motivos conhecer esta terra".

São João Paulo II sabia que o Brasil era o maior país católico do mundo. Uma graça especial, mas também uma vocação e compromisso. O desejo do Papa era conscientizar sobre a necessidade de promover uma cultura da solidariedade internacional que constitui uma dimensão essencial do bem comum da comunidade mundial. O Brasil, tão católico, não poderia ficar de braços cruzados.

"Venho porque este País de imensa maioria católica traz evidentemente em si uma vocação peculiar no mundo contemporâneo e no concerto das Nações. Em meio às ansiedades e incertezas e, por que não dizê-lo?, aos sofrimentos e agruras do presente poderá gestar-se um País que amanhã ofereça muito à grande solidariedade internacional".

João Paulo II chegou ao Brasil como profeta de Cristo para anunciar o Evangelho da Vida e denunciar tudo aquilo que ferisse a dignidade humana em nosso País. Com o coração em Deus e os pés na Terra de Santa Cruz convidou a trilhar as sendas da justiça e misericórdia para superar os maiores flagelos do Brasil

"Queira Deus que esta perspectiva ajude o Brasil a construir um convívio social exemplar, superando desequilíbrios e desigualdades, na justiça e na concórdia, com lucidez e coragem, sem choques nem rupturas. Este será certamente um eminente serviço à paz internacional e, portanto, à humanidade".

Para o povo, há tantos anos oprimido pela ditadura, o abraço carinhoso do Papa chegou como consolação e sinal de esperança. Ele vinha para falar de um "novo tempo", de "uma nova ordem" de coisas, de uma nova esperança. E nos abençoou, colocando-nos sob a proteção da Mãe de Jesus.

"O Papa pensa em cada um. Ele ama a todos e a todos envia um cumprimento bem brasileiro: ‘um abraço!'. Com este gesto de amizade, recebei os meus votos de felicidades: Deus abençoe o vosso Brasil. Deus abençoe a todos vós, brasileiros, com a paz e a prosperidade, a serena concórdia na compreensão e na fraternidade. Sob o olhar materno e a proteção de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil".

 

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