Pastorais sociais irão acompanhar migrantres em Santa Catarina

Assessoria de Imprensa, com informações do Regional Sul 4 da CNBB

Os 46 participantes do Seminário Regional das Pastorais Sociais do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) decidiram capacitar os agentes de pastorais para que possam auxiliar os migrantes em necessidades urgentes, como obtenção de documentos. Esta e outras proposições respondem a desafios relacionados às "migrações no estado de Santa Catarina", tema do evento.

A metodologia e o formato da capacitação serão propostos até o final de abril por uma comissão formada por integrantes da Pastoral do Migrante da arquidiocese de Florianópolis (SC) e do Centro de Referência em Direitos Humanos de Chapecó da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). As Pastorais Sociais irão sugerir ao regional a criação de uma casa de acolhida como referência estadual para migrantes e imigrantes.

As Pastorais Sociais também deverão cooperar com outras entidades que atuam no campo das migrações para o fortalecimento e articulação de uma rede estadual. Elas irão ainda negociar com autoridades públicas a realização de audiências estaduais sobre a problemática.

Imigrantes em Santa Catarina
De acordo com a irmã Rosita Milesi (CS), advogada e membro do Setor Mobilidade Humana da CNBB, Santa Catarina foi um dos estados que mais empregou haitianos em 2014, algo em torno de 3.708 pessoas. Além do Haiti, os imigrantes são, principalmente, de Senegal, Bangladesh, Síria e Nigéria. "A atenção aos refugiados e imigrantes, do ponto de vista pastoral, busca expressar-se na acolhida, na integração social, cultural, religiosa, econômica e também na proteção dos direitos", pontuou. Irmã Rosita também alertou que, além do apoio emergencial quando eles chegam ao país, a Igreja precisa estar preparada para apoiar políticas e oferecer iniciativas para que eles não sejam explorados, discriminados e vítimas de xenofobia. "O ponto de partida desse trabalho é o ser humano filho de Deus", ressaltou.

O haitiano Pierre Jentil, seminarista da diocese de Joinville (SC), contou que os estrangeiros ainda são muito discriminados e não recebem atenção nem mesmo nas questões mais básicas. "Há muitos haitianos que não conseguem se adaptar às mudanças culturais e acabam sofrendo muito com a indiferença", revelou.

Bispos apoiam Pastorais Sociais
O bispo de Joaçaba (SC) e referencial das Pastorais Sociais no regional Sul 4, dom Mário Marquez, destacou que essas entidades são a "força motivadora para a ação da Igreja frente aos mais necessitados".
Para o bispo emérito de Rio do Sul (SC), dom José Balestieri, "o Reino de Jesus não é um Reino que oferece poder ou reconhecimento. O Reino de Jesus é um Reino de paz, de serviço, de entrega incondicional a Deus. Um Reino que vou tornar concreto por meio de minhas atitudes".

Seminário fortalece debates
Participaram do seminário as dioceses catarinenses, exceto Blumenau; as pastorais regionais da Juventude, da Saúde, Carcerária, da Criança, da Pessoa Idosa, do Migrante; a Comissão Pastoral da Terra e a Cáritas Brasileira. Também estiveram presentes representantes do Centro de Referência em Direitos Humanos da UFFS; da Associação de Haitianos de Rio do Sul, da Associação de Haitianos de Caçador e do grupo Jovens Com Uma Missão.

Fonte: www.pom.org.br

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