Filipe d'Avillez
Nesse encontro participaram também os jovens cristãos, refugiados dos conflitos no Médio Oriente, sobretudo na Síria e no Iraque.
Os jovens em questão estão ao cuidado dos salesianos, que têm acolhido muitos dos que fugiram perante o caos instalado em ambos aqueles países e, mais recentemente, o avanço dos terroristas do Estado Islâmico.
Francisco quis mostrar-se próximo dos refugiados e fez questão de lamentar as condições em que muitos deles são obrigados a viver: "As condições degradantes, em que muitos refugiados têm de viver, são intoleráveis! Por isso, é preciso fazer todo o esforço para remover as causas desta realidade. Faço apelo a uma maior convergência internacional que tenha em vista resolver os conflitos que ensanguentam as vossas terras de origem, contrastar as outras causas que impelem as pessoas a deixar a sua pátria, e promover as condições que lhes permitam permanecer ou regressar."
O Papa já falou várias vezes da situação dos refugiados no Médio Oriente, sobretudo dos cristãos que, a par de outras minorias religiosas, têm sido perseguidos de forma particularmente dura.
A Santa Sé ainda tentou avaliar a possibilidade de incluir uma visita a um dos campos de refugiados situados perto da fronteira com a Síria, mas o Governo turco não o permitiu e esta foi a forma de conseguir conciliar as vontades.
Aliás, o Papa voltou a referir-se e forma elogiosa ao papel da Turquia no acolhimento aos que fogem dos conflitos na região: "Às autoridades turcas, desejo expressar vivo reconhecimento pelo grande esforço feito na assistência aos deslocados, especialmente aos refugiados sírios e iraquianos, e pelo real empenho com que procuram satisfazer as suas exigências. Espero que não falte o necessário apoio também da comunidade internacional."
Esta visita teve lugar imediatamente antes de o Papa partir para o avião que a transportaria de volta para Itália. Antes de abandonar as instalações, contudo, Francisco assegurou os jovens das suas orações e da proximidade de Deus: "Recordai-vos sempre de que Deus não esquece nenhum dos seus filhos e que os mais pequeninos e atribulados estão mais perto do seu coração de Pai."
"Pela minha parte, juntamente com toda a Igreja, continuarei a dirigir-me confiadamente ao Senhor, pedindo-Lhe que inspire quantos ocupam cargos de responsabilidade a promover a justiça, a segurança e a paz sem hesitação e de modo verdadeiramente concreto."
Francisco põe fim assim a uma visita de três dias à Turquia que incluiu encontros com o Presidente da República e com as principais autoridades islâmicas do país, bem como uma série de celebrações conjuntas com o Patriarca Bartolomeu, da Igreja Ortodoxa, durante as quais renovaram os seus compromissos em relação ao diálogo ecumênico.
Fonte: Radio Renascença