Criada a Rede Pan-Amazônica - REPAM - promovida pelo CELAM

Salvador Medina, Júlio Cérar e Luiz Ventura

Os missionários da Consolata, representados pelo Conselheiro Geral, padre Salvador Medina, padre Júlio Caldeira, missionário no Equador e por Luiz Ventura, Leigo Missionário da Consolata espanhol que atua em Roraima, participaram no Encontro que constitutiu a Rede Eclesial Pan-Amazônica.

O evento aconteceu na sede das Pontifícias Obras Missionárias em Brasília (DF) e reuniu cerca de 60 pessoas entre leigos, religiosos, religiosas, padres, bispos, imprensa católica e representantes de varias entidades cooperadoras na defesa dos valores da Amazônia. Mergulhados na pluralidade de desafíos que hoje se vivem na Reagião, muita preocupação com os povos indígenas e o cuidado da criação, foram formulados os parâmetros da Rede Eclesial Pan-Amazônica, a REPAM.

A REPAM não nasceu de improviso porque anteriormente houve outros encontros nos quais os missionários do Consolata participaram unindo suas preocupações e espectativas às de outros grupos e congregações. Animados pelas experiências missionárias de base e convocados pelo Departamento Justiça e Solidariedade - DEJUSOL do CELAM, pela CNBB, pela Caritas da América Latina e pela Confederação Latino-americana dos Religiosos e Religiosas -CLAR, foi programado este encontro de partilha, de união e de articulação entre diversificadas presenças na região amazônica. O Documento da V Conferência do CELAM, de fato, pedia expressamente que "fosse promovida a consciência sobre a importancia da Amazônia para toda a humanidade. Estabelecer entre as igrejas locais de diferentes países sul americanos, que constituem a Amazônia, uma pastoral de conjunto com prioridades diferenciadas para promover um modelo de desenvolvimento que dê prioridade aos pobres e o bem comum (DAp 475).

Sabemos que a Pan-Amazônia vive numa situação delicada por causa da exploração intensa de recursos naturais e da agressão à vida, invadindo territórios indígenas e comunidades tradicionais. Reconhecemos nestes povos uma riqueza cultural própria, portadora de conhecimentos específicos, com um patrimonio espiritual que dá entidade às pessoas e apontam caminhos diferentes dos nossos para nos realcionarmos com a criação e com o Criador de todas as coisas.

Nós, Missionários da Cosolata, fazemos parte desta rede eclesial. Fomos convidados precisamente por causa da nossa longa história e pesença marcante em vários lugares da Amazônia que está clamando por um novo impulso de atuação. Por isso nos dispusemos a fazer parte desta Rede que nos ajudará certamente a melhorar nossas presenças que se estendem desde Roraima, passando por Manaus, até às fronteiras da Colômbia, do Peru e do Equador. A Rede pode abrir-nos novos caminhos e novos horizontes para o próximo futuro.

Atualmente nosso Instituto está percorrendo um caminho de organização Continetal que o XII Capítulo Geral programou. Fazendo parte da REPAM podemos perceber o chamado do Espírito para colaborarmos na leitura da realidade amazónica e caminharmos juntos. Do projeto de Continentalidade, elaborado nos últimos anos, faz parte nossa opção pela Amazônia que nos pede ousadia, coragem para melhorar leituras da realidade, metodologías e rever estruturas.

De fato, na Amazônia, repartida em vários países, encontramos uma grande diversidade de povos indígenas, comunidades ribeirinhas, agricultores e comunidades pequenas médias e de grandes ciudades. Esta diversidade está interligada e necesitamos compreendê-la numa rede de relações. Para responder a estes apelos, necesitamos de um novo estilo de missão modelada numa espiritualidade e método de consolação e de libertação, centrada na Defesa da Criação e da vida, dos direitos dos povos indígenas e das comunidades tradicionais, dos seus territórios e da vida urbana. É necessário sentir uma compaixão para com a Amazônia com atitudes de misericordia.

"Pan-Amazônia, fonte de vida no coração da Igreja". Este é o lema que marca o primeiro passo da REPAM e que nós missionários assumimos como nossa, somando forças com outros institutos, congregações, igrejas locais e as comunidades onde estamos presentes. Este compromisso se enriquece ainda mais no contexto do Ano do nosso Fundador o Bem-Aventurado José Allamano que estamos vivendo e nos chama a percorrer novos caminos e a nevegar por novos ríos para enriquecermos a missão.

Fonte: Revista Missões

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