Mário de Carli
Os missionários da Consolata, ao longo de sua história, adotaram muitas formas de organizar a vida interna e a missão na América. Souberam inserir-se no ambiente de vários povos e contextos para anunciar o Evangelho. Porém, os tempos atuais são de mudança e os missionários também são desafiados a mudar. Esta é a opinião do Superior Geral IMC, padre Stefano Camerlengo.
"O mundo está mudando e a mudança é necessária também para nós a fim de termos nosso carisma conectado com a missão ad gentes", disse o padre Geral, na manhã desta terça-feira, dia 4, aos missionários reunidos em Assembleia Continental em Bogotá - Colômbia. As suas palavras foram recebidas como um desafio. Qual é o olhar que esta mudança deve provocar? No passado não se falava sobre determinados temas, pois para ser um bom missionário bastava ser dócil, fazer o bem e seguir as normas da Vida Religiosa. Hoje o mundo é mais complexo e mesmo que não se aceite, está mudando.
Segundo padre Camerlengo, se os missionários da Consolata desejam ter um Projeto Missionário Continental, "devem recuperar e requalificar a identidade IMC, pois somos missionários para a missão ad gentes. Hoje, faz-se necessário respeitar a diversidade. Uma coisa é ter um aspirante que estuda na Ásia, outra um estudante na America latina, pois o mundo mudou e ambos têm algo de novo a oferecer ao Instituto", sublinhou o padre Geral.
Outro aspecto acenado dentro do quadro de mudanças é a presença de muitos missionários vindos do continente africano que oferecem um novo rosto ao IMC. Temas que no passado nem se pensava que fosse abordado, agora surgem e interpelam os missionários para que se abram à interculturalidade e à interreligiosidade. Neste cenário, acentuou padre Camerlengo se "deve dar a máxima valorização à pessoa do missionário. Cada qual deve saber o que pode oferecer ao Instituto e à Igreja neste novo cenário de mudanças, pois não podemos nos deixar estagnar", concluiu ele.
A expectativa é de que, estas interpelações do Superior Geral ajudem a provocar mudanças na vida das comunidades IMC presentes em nove países da América. Podem também levar os missionários a rever e requalificar suas opções missionárias no Continente.
Em seguida, os responsáveis por cada uma das opções missionárias que estão sendo pensadas para compor o Projeto Continental apresentaram à Assembleia como estão sendo formuladas as propostas. As áreas de atuação que estão sendo escolhidas são: missão no contexto da Amazônia, missão no mundo indígena, Pastoral Afro, Animação Missionária e Vocacional, missão no contexto urbano, formação, economia e comunicação. Juntamente com as propostas, foram mencionados os seus aspectos históricos, os desafios e esperanças. As apresentações destas opções seguem na quinta-feira, dia 6. Nesta quarta-feira, dia 5, a Assembleia interrompe seus trabalhos para uma visita guiada ao centro histórico da capital colombiana, parte da programação.
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Fonte: Revista Missões