Domingos Forte
Como concretizar, professar, celebrar e testemunhar a fé, hoje? Em pleno Ano da Fé e entrando já na reta final da preparação para o grande acontecimento da Jornada Mundial da Juventude - JMJ Rio2013, esta questão reveste-se de atualidade suprema e mais ainda se a levarmos para o meio dos jovens. Foi o grande desafio proposto aos quase 200 assessores da juventude reunidos em Brasília, entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro.
Organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o encontro contou também com a presença do cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos (PCL); do núncio apostólico dom Giovanni D'Aniello; do padre Eric Jacquinet, responsável pelo Setor Juventude no PCL, por integrantes do Comitê Organizador Local da JMJ Rio2013 e mais alguns convidados.
Desta de tantos especialistas em juventude e de como viver a fé, hoje, em meio aos jovens, a partilha deixou bem claro o seguinte:
1. Permitir que os jovens possam ser protagonistas e os agentes do seu próprio caminho de fé;
2. Empreender com eles (jovens) um caminho pedagógico de busca e aprofundamento da fé, abrindo espaços à sua criatividade;
3. Não ter medo de abraçar o jovem na sua realidade e muito menos de o introduzir nos mistérios de Deus;
4. Ser testemunhas de caridade, indo ao encontro do jovem em suas dificuldades e problemas (drogas, vícios, migrações...), auxiliando-o na procura do sentido da vida, assim como na elaboração do seu projeto;
5. Descobrir, valorizar e respeitar as experiências e os valores que os jovens têm;
6. Que o jovem possa sentir-se parte do espaço celebrativo;
7. Que os assessores da juventude sejam pessoas de fé viva e contagiante.
E para rematar a profícua partilha, dom Sérgio Rocha, arcebispo de Brasília, enfatizou a relevância do conhecer, compreender e ter em conta as realidades vividas pelos próprios jovens, o que eles respiram, para que a nossa resposta seja adequada e eficaz.
O grande sinal
Diante dos ingentes desafios atuais do mundo juvenil, a melhor resposta que se pode dar é oferecer Jesus. Foi essa a grande intuição, como nos recordou o cardeal Rylko, de João Paulo II, ao colocar no centro das Jornadas Mundiais da Juventude a Cruz de Cristo. "Não é por acaso que no final das jornadas se presencie este gesto singelo da entrega do sinal do amor do Senhor Jesus aos jovens, a cruz jubilar, no ano de 1984", lembrou o presidente da congregação pontifícia para os leigos. Mais: pediu que não esquecêssemos a nossa história, onde a cruz mais do que sinal de dor e sofrimento, é abertura ao novo e à esperança. No contexto da missão continental, se queremos chegar mais perto dos jovens, a cruz, então, torna-se sinal de nova evangelização ao vivo: um novo descobrimento da jovialidade e da novidade da fé. E dirigindo-se de modo enfático aos jovens, o cardeal cutucou geral: a Igreja é sempre jovem, confia em vós e conta convosco. Sede jovens na Igreja, sede jovens com a Igreja, ela precisa do vosso entusiasmo, parafraseando as palavras de Bento XVI na sua recente visita ao Líbano.
Para concluir, o enviado do Vaticano, fez-nos ver que a JMJ Rio2013 propõe uma maravilhosa síntese daquilo que a Igreja professa como essencial: "Ide e fazei discípulos entre todas as nações" (Mt 28, 19).
Fonte: Domingos Forte / Revista Missões