Dom João Aviz encontra religiosas e religiosos Brasileiros em Roma

Arlindo Pereira Dias, SVD ??? Roma

Cerca de 80 religiosas e religiosos se reuniram no Colégio Pio Brasileiro, em Roma, na quinta-feira, 19 de maio para um encontro com D. João Braz de Aviz, novo prefeito da CIVCSVA (Congregação para a Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica). O evento faz parte da programação anual do RBR (Religiosos Brasileiros em Roma) que convidou o ex-arcebispo de Brasília para uma conferencia e intercambio de idéias sobre a Vida Religiosa no atual contexto eclesial.

D. João iniciou sua fala dizendo augurar que a CIVCSVA seja "sempre mais um organismo da Igreja a serviço da vida consagrada". Para ele nota-se a "na vida consagrada vários movimentos e sinais de superação das dificuldades enfrentadas nas últimas décadas". Dom João vê com bons olhos o fortalecimento dos organismos de coordenação e articulação da vida consagrada e o fortalecimento da comunhão entre estes organismos e a CIVCSVA.

O P. Itacir Brassiane, dos Missionários da Sagrada Família reiterou a importância da reflexão feita por D. João a respeito das questões fundamentais que a vida consagrada precisa abordar e aprofunda, a saber: a) uma espiritualidade Trinitária, capaz de apreciar e valorizar tanto a diversidade como a comunhão; b) a relação entre autoridade e obediência que supere autoritarismos e individualismos; c) a ênfase na presença de Deus na pessoa concreta, além da presença já aceita e cultuada na Palavra e na Eucaristia (e este é também um caminho para a recuperação da humanidade na vida consagrada); d) a pedagogia espiritual do esvaziamento e da diminuição como meio de criar proximidade e comunhão.

Durante o encontro D. João ouviu e acolheu as sugestões das religiosas e religiosos presentes. "A vida religiosa é um patrimônio da Igreja. Vocês são mais de um milhão de consagradas e consagrados no mundo com mais de 2.000 congregações", relatou D. João. O arcebispo apontou como desafios a divisão de antigas ordens e novas congregações; as congregações com a totalidade dos membros com idade avançada; o fechamento de mosteiros (como o de Santa Cruz, em Jerusalém). D. João reconheceu que alguns encaminhamentos dados pela CIVCSVA geraram tensões e enfraqueceram a necessária confiança recíproca com algumas congregações.

O P. João Roque Rohr, reitor do Colégio Pio Brasileiro salientou que foi muito positivo que D. João "tenha falado de coração aberto e tenha dado muitas informações ao grupo que, por sua vez impressionou, pela quantidade de pessoas presentes". A Ir. Loiri Lazarotto, das irmãs de Nossa Senhora de Lourdes disse que o sentiu de "coração aberto e disposto a criar confiança". O Scalabriniano P. Sergio Durigon, da Comunidade Brasileira Nossa Senhora Aparecida relatou que "todo o grupo recebia com muita alegria as reflexões de D. João". Durante a confraternização, no final do encontro D. João afirmou que se sentiu dentro da própria casa. "Foi um encontro de família. Pude partilhar as coisas que tenho no coração, ouvir o que vocês queriam falar e nos saímos mais fortes deste encontro", concluiu.

 

Fonte: Revista Missões

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