Fátima Missionária
Está de partida para o Brasil a leiga missionária da Consolata. Lígia Cipriano chega ao Brasil a 3 de Março
Depois do envio missionário na paróquia de Sepina, a 21 de Fevereiro, eis que o dia chegou. Março significa chegar ao Brasil, rumando a norte, para o Roraima. Aí irá para a missão Catrimani, onde permanecerá por três anos. O desejo de partir há muito tempo que o tinha. Agora, aos 40, o sonho torna-se realidade.
O clique deu-se em 2007, depois de uma passagem pelo grupo de reflexão Allamano entra nos Leigos Missionários da Consolata- comunidade do norte com um propósito claro: partir em missão. "Devo chegar, ver, observar, aprender e depois compartilhar a minha vida. Não vou para fazer coisas, vou para viver com eles", explica à FÁTIMA MISSIONÁRIA. Em Março estará a "sentir realmente o que é a missão", afirma.
É certo que a missão também se faz aqui, e Lígia sabe-o bem. 25 anos catequista na sua paróquia de Sepins, Cantanhede, está desde 1993 ligada aos missionários da Consolata, primeiro nos Jovens Missionários da Consolata e, nos últimos anos, a maioria dos jovens lembrar-se-á dela da equipa responsável da Páscoa Jovem Missionária.
Missão em Braga
Nos últimos quatro meses acrescentou uma outra experiência ao seu currículo missionário: viveu na comunidade de Palmeira, Braga, com o padre Darci Vilarinho, padre João Monteiro e o seminarista Nuno Morais. "Não importa o que fazes, é o pores-te à disposição", comenta. As actividades domésticas e de comunidade fizeram-na sentir em família, em missão. "É o espírito de família que o Allamano falava que senti em Palmeira", salienta. E por isso defende: "Todos os Leigos, antes de partir em missão ad gentes deviam estar um tempo numa comunidade com os missionários, para sentir como eles vivem, como trabalham, ver a realidade".
Depois de 18 anos como auxiliar de acção educativa, ficou em licença sem vencimento em Setembro de 2009. Estes meses foram passados em Braga, na casa de formação, enquanto esperava o desenrolar do processo que envolve a partida. Numa das visitas às irmãs da Consolata no norte, foi desafiada pelo padre Darci Vilarinho: "E que tal ires cozinhar lá para casa?". E resposta veio de seguida: "E porque não?"
Desapegar-se e partir
Desapegar-se, deixar de sentir medo foram essenciais nesta decisão de partir. Depois de tomada a decisão de partir em missão, veio a serenidade. "Nunca me senti tão bem, é este o caminho", diz. Lígia Cipriano fala de "muita paz e tranquilidade ao partir em missão". Parte no ano do centenário da fundação das missionárias da Consolata, o que para si tem importância.
Mulher de oração, de meditação, considera-se mais uma pessoa de acção. "Sou pessoa de estar em contacto, de fazer presente. Sou boa a executar", comenta. A simplicidade da vida do beato Allamano e a ligação a Maria tocaram-na. Tal como algumas missionárias (ela que equacionou a possibilidade de ser religiosa) e missionários da Consolata. As irmãs Inês Regina, Rosella e Lúcia marcaram-na, tal como os missionários Gabriel, José Martins.
As despedidas
"As pessoas só vão acreditar quando for embora", diz, sobre a sua partida. As pessoas da comunidade parecem achar estranho que vá embora quando poderia continuar a fazer o que tem feito, até agora, na paróquia. As crianças da catequese questionaram-na sobre o porquê da partida, tal como muitas pessoas da comunidade. "Apanhei toda a gente desprevenida", comenta. A última semana foi de muitas despedidas, das pessoas e dos locais. Antes de partir esteve em Fátima, como diz, "onde tudo começou".
Fonte: Fátima Missionária