Cecília de Paiva*
Jovens de diversos países latino-americanos e caribenhos se reuniram no auditório da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, para debater sobre cultura solidária no Encontro Continental de Jovens, realizado nesta terça-feira, dia 2 de fevereiro. O tema ‘Dialogando e transmitindo cultura solidária' foi conduzido por Pedro Sánchez, Secretário Executivo da Organização Católica Latino-americana e Caribenha de Comunicação - OCLACC, com palestras do jornalista e professor Élson Faxina e do músico uruguaio Daniel Drexler.
Oriundo de uma família de músicos, Drexler defendeu a integração latino-americana por meio da valorização cultural e autoral, sendo necessário diminuir a distância relacional existente entre os países latino-americanos. Para ele, a solução está na música "que é capaz de ligar diversos pontos comuns entre as regiões distintas, a exemplo do sul do Brasil com o Uruguai e a Argentina. Nessa região, já começamos a fazer encontros entre músicos para trocar ideias e formar parcerias entre os autores", disse o músico. De acordo com Drexler, esse formato faz gerar tendências musicais e culturais, além de redes de trabalho coletivo, "construindo produtos de alta qualidade não somente em relação ao país de origem do autor, mas de toda a América Latina", acredita Drexler.
Para o professor Élson Faxina, o problema está na questão da exploração entre os indivíduos, e que deveríamos provocar mudanças em vez de tirar proveito da sociedade. "Esse é um desafio que nos toca sempre, principalmente aos jovens que anseiam mudanças rápidas e eficazes. Estamos em um momento de revisão da sociedade, e temos muito mais dúvidas que certezas", disse Faxina.
Após as propostas da mesa, a plateia apresentou suas considerações, com jovens buscando respostas e ao mesmo tempo apontando soluções relativas ao tema proposto e sobre as significações dos termos debatidos. A jovem peruana Nina, por exemplo, foi incisiva na proposta de reflexão acerca da distinção entre interculturalidade, pluriculturalidade e relações entre as culturas. Para ela, a compreensão facilitaria o intercâmbio de ideias e favoreceria o desenvolvimento econômico.
Outras colocações e experiências foram expostas e comentadas, chegando a conclusão de que é preciso construir um mundo de comunhão, no formato que a humanidade precisa e não de acordo com o capitalismo ou como a mídia o apresenta.
* Cecília de Paiva, jornalista, revista Missões no Muticom em Porto Alegre.
Fonte: Revista Missões