O drama da fuga em massa

Alfredo J. Gonçalves *

A Guarda Costeira italiana, ao lado do governo,afirma que nos meses de janeiro e fevereiro de 2015, mais de 8 mil migrantes, refugiados e prófugos cruzaram as águas do mar Mediterrâneo. Provenientes das das costas da África do Norte, mas boa parte com origem nos países Subsaharianos,rumam em direção ao sul da Itália e ao velho continente europeu.

Esse número representa praticamente o dobro em relação aos mesmos meses do ano anterior, ao redor de 4 mil. O aumento de quase 100% de "fugitivos" em desespero está diretamente vinculado ao aumento da violência, de maneira particular no interior da vizinha Líbia. Quanto aos mortos e desaparecidos em meio às águas, os números oscilam entre dezenas e centenas.

As autoridades de Bruxelas, por sua vez, estimam que, no mesmo território da Líbia, devastado por divisões e conflitos de toda ordem, existam atualmente entre 500 mil e 1 milhão de pessoas dispostas a se aventurar na mesma viagem sem retorno, especialmente agora, com o início da primavera, quando o mar tende a ser mais favorável à travessia.

O que faz pensar que o ano em curso, do ponto de vista das migrações e dos regugiados, será um período preocupante edesafiador para a Comunidade Europeia como um todo, exigindo um compomisso conjunto de seus países.

* Alfredo J. Gonçalves, CS, é Conselheiro e Vigário Geral dos Missionários de São Carlos.

Fonte: Revista Missões

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