O Espírito Santo, o Espírito do amor de Deus!

Gilberto Erdmann *

Neste domingo, dia 8 de junho, a Igreja celebrou a solenidade de Pentecostes ou a vinda do Espírito Santo sobre os discípulos reunidos no cenáculo, isto é, no dia de Pentecostes nasceu a Igreja (Pentecostes significa 50 dias depois da Páscoa e era uma festa do povo de Israel) e celebrou a conclusão do tempo pascal com a festa litúrgica do Espírito Santo. Por que aconteceu a vinda do Espírito Santo?

No Evangelho segundo João 20, 19 - 23, no qual Jesus Cristo diz: "Recebei o Espírito Santo"(Jo 20, 22). O Espírito Santo continua a missão de Jesus Cristo no meio de nós e é por Ele que a Igreja deve deixar-se conduzir, isto é, sendo obediente a voz do Espírito Santo. O Espírito Santo é o relacionamento de amor entre o Pai e o Filho e este amor é revelado pelo Filho e, o Espírito de amor nos une na Igreja para sermos o povo de Deus, o qual deve ser testemunha o amor de Deus a toda humanidade. O Espírito Santo procede de Deus Pai e do Deus Filho Jesus Cristo, o Filho único de Deus, o qual Maria concebeu pela ação do Espírito Santo que é o Senhor da vida.

O Espírito Santo é Deus com o Pai e o Filho e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado. Bendito seja o Espírito Santo de Deus que nos: inspira, ilumina, conduz, orienta e tudo faz para vivermos a vontade de Deus. O Espírito Santo é o missionário que vai a nossa frente anunciando a boa notícia (Evangelho) do reino de Deus. Para que sejamos colaboradores(as) do reino de Deus, o qual começa neste mundo e será definitivo na eternidade, para a qual fomos criados e somos cidadãos(ãs) do reino de Deus e Jesus Cristo diz: "A quem perdoardes os pecados, eles lhe serão perdoados, a quem não os perdoardes, eles lhe serão retidos" (Jo 20, 23). O Espírito Santo testemunha que Jesus Cristo é o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" e o poder de perdoar foi dado a Igreja e nós como batizados(as) arrependidos de nossos pecados e confiantes na divina misericórdia recebemos o perdão, mas devemos ser esforçados(as) para permanecermos na graça. A fé cristã dá testemunho a toda humanidade pela vivência do amor e do perdão, porque quem ama perdoa e pede perdão. Só podemos ser testemunhas da fé com a graça do Espírito Santo, o qual devemos deixar agir em nós.

Nos Atos dos Apóstolos 2, 1 - 11 diz que no dia de Pentecostes os discípulos estavam reunidos e de repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania e encheu a casa onde se encontravam. O que significa estes sinais vindo do céu? Para os povos antigos Deus era alguém distante e fechado na eternidade, o qual ficava isolado em si mesmo. Mas, na Sagrada Escritura Deus se faz presente e especialmente no seu Filho Jesus Cristo Ele se faz presente no meio das pessoas. Então, no dia de Pentecostes há uma grande Teofania ou uma grande manifestação de Deus aos discípulos, ou seja, a grande manifestação do amor de Deus no meio dos discípulos, os quais receberam o Espírito ( Espírito que significa em grego vento) que se manifestou sobre eles como se fossem línguas de fogo e ficaram cheios dos dons do Espírito Santo. São muitos os dons do Espírito Santo, porém os que mais conhecemos são os sete dons (na bíblia sete significa a perfeição divina). Os sete dons são: Sabedoria é o dom que faz a pessoa perceber, intuir e gostar das coisas espirituais; Entendimento é o dom do conhecimento, pois a pessoa consegue entender e conhecer aquilo que vai no coração e na mente das pessoas; Conselho é o dom de dirigir, orientar e aconselhar as almas para a sua própria salvação e felicidade; Fortaleza é o dom que fortalece na luta contra o pecado e os vícios; Ciência é o dom que permite a pessoa perceber e sentir na natureza e nos acontecimentos do dia-a-dia a presença de Deus e faz louvar a Deus; Piedade é o dom da oração, adoração, contemplação e louvor a Deus na vida e leva a pessoa sentir gosto pelas coisas de Deus; Temor de Deus é o dom que faz a pessoa ter confiança no amor divino e não ter medo, mas respeito pelo Senhor Deus por amor.

Nos Atos também diz que todas as nações presentes em Jerusalém no dia da festa de Pentecostes escutaram e entenderam os apóstolos na sua própria língua, porque a linguagem de Deus é a linguagem do amor, pois o amor todos entendem, até mesmo aquele(a) que não vive o amor entende a linguagem do amor, sendo que o amor é universal e vem de Deus. O Espírito de amor une as pessoas no mesmo amor. Exemplo na construção da torre de Babel houve a divisão das nações (a torre de Babel é uma metáfora bíblica para explicar as diversas línguas). Já no dia de Pentecostes o Espírito Santo une todas as nações e estas entendem a boa notícia anunciada pelos apóstolos, porque estes falam a linguagem do amor que é universal. Sendo assim, na 1ª carta aos Coríntios o apóstolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo fala para a comunidade dos coríntios que entre eles não deveria haver divisão, porque "há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos" (1ª Cor 12, 4 - 6). Todos recebem o mesmo Espírito Santo, o qual une todos para viver o amor de Cristo na comunidade.

Portanto, nós como membros do mesmo Corpo que é a Igreja devemos ser obedientes a cabeça que é Jesus Cristo, isto é, escutando a voz do Espírito Santo que nos ensina a viver os ensinamentos da Palavra de Deus, para que sejamos discípulos(as) missionários(as) que testemunham o amor de Deus vivendo a comunhão entre nós. Sendo que é o Espírito de amor que nos une a Deus e aos irmãos e as irmãs.

* Gilberto Erdmann é sacerdote, vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Mafra - SC.

Fonte: Revista Missões

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