As mulheres na administração

Edil Tadeu Pereira França *

Nas últimas eleições, nossas MULHERES já entraram para a história, pois pela primeira vez no país duas delas disputaram o cargo de presidente da República e estavam entre os principais candidatos. Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) foram as protagonistas deste pleito. Respeitando-se que antes delas tentaram Lívia Maria Pio de Abreu (em 1989, ficando em 17º lugar) e Heloísa Helena (em 2006, em 3º lugar, com expressiva votação). Devemos considerar aquelas mulheres que se tornaram prefeitas de capital (Maria Luiza Fontenelle, em Fortaleza, Erundina em São Paulo, Marta Suplicy em São Paulo) e apenas em 1995 o Brasil elegeria sua primeira governadora (Roseana Sarney, no Maranhão). Somente dois dos nossos Estados mais populosos já elegeram governadoras - Rio de Janeiro (Rosinha Garotinho) e Rio Grande do Sul (Yeda Crusius).

Se o fato de que tivemos duas fortes postulantes ao Planalto numa mesma eleição é histórico e motivo de comemoração, a verdade é que a política no Brasil ainda é essencialmente masculina, machista e chauvinista, uma vez que a participação das mulheres é crescente na história brasileira, mas ainda está aquém do desejado. Devemos levar em conta que a maioria da população do Brasil é constituída pela força feminina, e poderíamos enumerar talvez, indo desde a força de trabalho fora do lar, e aquelas que continuam invisíveis na área pública, onde se conta nos graus inferiores, principalmente na saúde com um maior número de servidoras.

Na Câmara dos Deputados o cenário é ainda mais desanimador. Em 184 anos de existência do Legislativo, nunca uma mulher ocupou um cargo titular na Mesa da Casa. São apenas 45 mulheres em meio a 513 deputados, ou seja, míseros 8% de representação feminina. No Senado, o índice sobe para 13%, mas ainda é inexpressivo. O porcentual de mulheres na Câmara e no Senado brasileiro é um dos mais baixos da América Latina e do mundo.

Apesar de a legislação determinar que os partidos preencham ao menos 30% de suas candidaturas com mulheres, isso não ocorre na prática. Entre os fatores que desestimulam as mulheres a participar da política estão o preconceito, que começa na própria família, a falta de incentivos financeiros e a dificuldade de encarar uma jornada dupla de trabalho, muito mais acentuada no caso de atividade partidária. Trata-se de um problema cultural. Durante grande parte da História do País, as mulheres não tiveram direitos civis nem cidadania plena. A elas eram negados os mais elementares direitos políticos, como votar e ser votadas. Só em 1932, no governo de Getúlio Vargas, as mulheres conquistaram o direito ao voto, depois de muita luta do movimento sufragista. Mesmo assim, apenas mulheres casadas (com autorização do marido), viúvas e solteiras com renda própria votavam.

Mulheres já foram eleitas presidente ou primeira-ministra na Índia, Alemanha, Noruega, Inglaterra, Argentina e no Chile, para citar alguns exemplos, mas uma andorinha só não faz verão. A emancipação efetiva só será realidade quando atingir todas as mulheres, em todas as classes sociais. Enquanto houver violência doméstica, discriminação no trabalho fora do lar e abusos sexuais, nenhuma sociedade poderá dizer que a igualdade de gênero foi alcançada. Por isso, fortalecer e proteger a população feminina deve ser um projeto de governo.

Aqui no Brasil foi aprovada nova lei eleitoral (12.034/2009) que determina a obrigatoriedade de os partidos políticos destinarem 5% do fundo partidário à formação política de mulheres, prevendo punição para o descumprimento da regra, e do já mencionado preenchimento de 30% das vagas com candidaturas femininas. Além disso, reserva 10% do tempo de propaganda partidária em anos não-eleitorais para promover a participação da mulher.

Democracia aprende-se, constrói-se e se exerce. Mas me deixa perplexo que MULHERES CRISTÃS, estejam deixando de lado a forma de pensar na MULHER, até NAS SAGRADAS ESCRITURAS (vejam Ruth, Raquel e Maria e muitas outras), e estão saindo por ai com o pensamento MACHISTA que coloca as mulheres, seus próprios PARES em linha de embate, se achando no DIREITO de julgar sem ter sequer conhecimento jurídico do processo de ANISTIA, por onde passaram nossas poucas mulheres no aspecto político. Gostaria que as nossas mulheres não falassem pelas vozes ou teclados dos homens. Mas tivessem sim uma atitude independente, deixassem de lado estas picuinhas que ultimamente estão infestando as redes sociais, e olhassem para dentro de si com o pensamento de que A MULHER TEM SUA FORMA DE LUTAR, e deve ser respeitada, em seu pensamento e em sua "persona"; pois se a mulher é capaz de gerar a vida, quando mais ela é capaz de gerar mudanças significativas aos níveis politico, econômico e social.

Fiquei chateado ao ver uma irmã, dirigente de um dos movimentos na Igreja, babar com uma insensatez desenfreada sobre a mulher que dirige nosso país; sei que há erros na condução, mas não é a criação de quadros para o facebook que irá mudar, pois no caso das mulheres e de outros segmentos excluídos, a verdadeira democracia é que requer o acesso ao poder político; e até o Papa Francisco já nos disse que precisamos de mais cristãos na política para depurarmos o quadro tão desolador da corrupção e outros crimes nas casas de leis. Lembremo-nos que o Brasil cidadão, filhas das lindas mulheres de nossa pátria, precisa ser mais feminino, mais tolerante, mais igualitário, pois de nada adianta ficar fazendo picuinhas sem estar mais atentos à uma preservação ambiental, à deterioração da saúde, publica ou privada e até mesmo da formas de planos de saúde, a uma educação sem um parâmetro que leve a uma melhoria, sem uma politica de salários justa, com a distribuição de rendas tão desigual, um pais que se preocupa mais com seu futuro e de seus rebentos e quiçá de netos, mas não de forma desmiolada, mas nos exatos termos consignados em nossa Constituição.

Embasado em dados da:

PROCURADORA DE JUSTIÇA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SÃO PAULO - (Internet)

* Edil Tadeu Pereira França é teólogo, assessor do Curso de Teologia Pastoral em Cotia, e Leigo Missionário da Consolata.

Fonte: Revista Missões

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