Marcus Eduardo de Oliveira *
O contingente de estudantes universitários brasileiros atingiu 6,5 milhões de pessoas. Segundo o Ministério da Educação, são 6,3 milhões matriculados em cursos de graduação e 173 mil na pós-graduação. Esse dado é 110% superior ao registrado em 2011. Melhorou? Não restam dúvidas, embora o caminho para a qualificação plena e irrestrita com a inserção no mercado de trabalho com nível salarial acima da média ainda seja de muitos obstáculos, pois, de acordo com a UNESCO, apenas 20% dos jovens brasileiros frequentam a universidade, em que pese o crescimento do número de instituições de ensino no país que saltou de 893 em 1991 para 1180 no ano 2000, se aproximando de 3000 em 2010.
Diante desse quadro talvez a pergunta mais proeminente a ser feita seja a seguinte: a inserção à universidade garante após a formação acadêmica uma respeitável colocação no mercado de trabalho com bom nível salarial?
Segundo dados divulgados pelo IBGE, com base na Estatística do Cadastro Central de Empresas (dados de 2009) a resposta é afirmativa. Para os que conseguem uma vaga o salário médio daqueles com diploma universitário é 299,2% maior que o daqueles que estudaram até o ensino médio. Enquanto os que possuem nível superior ganham em média R$ 4.239, os que não têm a mesma escolaridade recebem R$ 1.062,14.
Na prática, possuir diploma universitário assegura ganhos superiores a 211% sobre o baixo salário médio do país que é de R$ 1.540.
Dentro dessa perspectiva, o jovem universitário desejoso de progredir profissionalmente se sente motivado a dar continuidade aos seus estudos ainda que o salário inicial não seja o pretendido. Conquanto, é inegável que a conclusão de um curso superior abre possibilidades de melhoria na renda familiar. Vejamos, nesse pormenor, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged): "Os salários médios de admissão tiveram aumento real de 4,47% no primeiro trimestre de 2012, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Segundo esse Instituto, o salário médio de admissão passou de R$ 950,91 para R$ 993,44. Os valores têm como base o INPC médio do primeiro trimestre de 2012. Todas as grandes regiões do país apresentaram crescimento real, com destaque para a Norte (6,37%); Centro-Oeste (+6,22%) e Nordeste (5,45%), com ganhos reais acima da média nacional (4,47%). As regiões Sul apresentaram alta de 4,18% e Sudeste 4,16%".
Das aspirações profissionais, o concurso público ainda continua sendo a primeira opção para a inserção no mercado de trabalho após a formatura. Inequivocamente, o ingresso do jovem ao ensino superior provoca mudanças estruturais no seio familiar com a recuperação da autoestima e a possibilidade, substancial, de melhoria no bem-estar familiar. Economicamente, a renda familiar se apresenta com possibilidades de maior poder aquisitivo o que, para o conjunto da economia, funciona como ingrediente indispensável para fazer a atividade econômica andar sempre para frente.
* Marcus Eduardo de Oliveira é economista, mestre em Integração da América Latina (USP). Professor de economia na (UNIFIEO) e (FAC-FITO), em São Paulo. Email: prof.marcuseduardo@bol.com.br
Fonte: http://blogdoprofmarcuseduardo.blogspot.com