O verdadeiro Natal refere-se ao nascimento de Jesus Cristo, não ao Papai Noel.
Por Juacy da Silva
“As bem-aventuranças, apresentadas por Jesus no Sermão da Montanha, são mais do que simples declarações de bênção; elas formam a base da ética do Reino de Deus, revelando as características dos verdadeiros discípulos. 7. Bem-aventurados os pacificadores (PACIFISTAS), porque serão chamados filhos de Deus.” (Mateus 5:9); 8. “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus.” (Mateus 5:10); Jesus termina destacando a perseguição como uma marca do verdadeiro discípulo. Assim como os profetas sofreram por falar a verdade, os seguidores de Cristo enfrentam perseguições por causa da justiça, com a promessa de que o Reino dos céus lhes pertence.”.
Todos os profetas, principalmente Isaías, que viveu 750 anos antes do nascimento de Jesus, dizia (Isaías 9:6-7), "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros. E o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”
Essas profecias se cumpriram integralmente e, o maior dos acontecimentos de todos os tempos na história da humanidade foi concretizado, que é o nascimento de Jesus, `a semelhança de bilhões de pessoas e famílias no mundo atualmente, O Deus “que se fez homem e habitou entre nós”, escolheu, como a Igreja ainda hoje, vir ao mundo, a este planeta que está sendo destruído pela ganância dos seres humanos, viver e sentir-se pobre, caminhar e ver a realidade dos excluídos, oprimidos e injustiçados.
Este é o primeiro recado do NATAL, lembrar dos pobres, oprimidos, injustiçados, aprisionados física, mental, emocional ou espiritualmente; saber as dores dos imigrantes, das pessoas perseguidas, injuriadas, das vítimas do racismo, dos preconceitos, de conflitos bélicos, das guerras civis ou guerra entre nações.
Para muita gente o NATAL deixou de ser uma celebração voltada para o nascimento do filho de Deus, para o culto ao Papai Noel, em lugar da frugalidade, as comilanças, os banquetes, em lugar da solidariedade o CONSUMISMO, o desperdício, quando muito, alguns restos de comida são oferecidos aos pobres e famintos, para um “desencargo de consciência”, em lugar da fraternidade o descaso e a injustiça.
Para os Cristãos, que significa seguidores de Cristo, tanto católicos romanos, católicos ortodoxos e evangélicos, todos adeptos de seus ensinamentos como contidos nos evangelhos, principalmente em suas parábolas, suas falas às multidões ou seus ensinamentos aos discípulos, que, com Ele viviam e caminhavam pelas estradas de boa parte do que hoje chamamos de Oriente Médio, envolvido em tantos conflitos, violência e guerras, que deixam muito sofrimento e mortes deveriam nos vir à mente, não apenas quando celebramos o Natal, mas ao longo do ano e de todos os anos.
Existem três momentos significativos na história do cristianismo e na vida de Jesus: o seu nascimento, que comemoramos no Natal; a sua ressurreição, que comemoramos no domingo da Ressurreição e sua Ascensão aos céus, com a mensagem mais sublime que é a sua segunda vinda “Esse Jesus, que dentre vós foi elevado ao céu, retornará do mesmo modo como o viste subir”.
Após a sua ressurreição Jesus apareceu aos seus discípulos e deixou a mesma mensagem que caracterizou sua vida terrena e sua missão, quando disse aos seus discípulos, que viviam amedrontados depois de sua prisão, crucificação e morte na Cruz “A paz seja com vocês”. Esta sempre foi a grande mensagem de Jesus e que deveria ser nossa bússola, nosso foco.
É este Cristo que deu sua vida pela humanidade, sofreu injustiças, até a morte na Cruz, que devemos celebrar em cada natal, cujo ideal supremo é a PAZ. Oxalá, possamos substituir a cultura do ódio, da violência, dos preconceitos, da mentira (fake news) pelo amor, pela solidariedade, pela fraternidade, como na parábola de Emaús e pela paz.
Paz nas famílias, paz em nossas comunidades, paz em nossas cidades, paz em nosso país e paz como a mais sublime das realidades, em substituição às guerras que tanto sofrimento e morte tem causado ao redor do mundo. Como foi o tema da campanha da fraternidade da CNBB de 1996 “Justiça e Paz se abraçarão”, ou seja, sem justiça, principalmente sem justiça social, justiça climática, justiça racial, justiça intergeracional, justiça econômica não existe paz verdadeira.
O Natal é a celebração do “menino Jesus”, mas muito mais do que isso, devemos sempre relembrar que este “menino Deus” cresceu, fez-se homem e percorreu as estradas da Galileia e do Oriente Médio, onde ainda hoje milhares de pessoas são vitimas de uma guerra insana, um verdadeiro genocídio. Como acontece contra os palestinos e tantas outras minorias.
Este mesmo Jesus menino, e também Jesus jovem sempre defendeu a justiça e a paz, conforme em suas próprias palavras “Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou, não vô-lo dou como o mundo a dá” e depois ainda reforçou dizendo “Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo tereis aflições, contudo, tenham ânimo, Eu venci o mundo”. Este mundo dominado pelo egoísmo e por tantos pecados.
É neste contexto mais profundo, que devemos procurar o verdadeiro significado do natal e celebrarmos o nascimento, a vida, as mensagens, o magistério, a morte e a ressurreição, desde menino-Deus e não celebrações meramente materialistas, mundanas, com um certo verniz de religiosidade alienante e alienadora.
Feliz Natal, viva o menino-Deus, o Cristo ressuscitado, o Príncipe da Paz!