A colegialidade dos bispos em Mato Grosso do Sul

Ubajara Paz de Figueiredo *

Quero ter em conta que muitos agentes de pastoral de nossas dioceses vivem "a alegria de serem discípulos missionários" e sabem que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB - está organizada atualmente em 17 Regionais. Mato Grosso do Sul é a CNBB Regional Oeste 1, e é o mais pequeno pois são apenas sete dioceses.

A pastoral é ação orgânica da Igreja que é missionária por natureza (Lumen Gentium 4; Ad Gentes 2). Ninguém e "dono" dela. A missionariedade integra o RG e o DNA da Igreja. Como Povo de Deus Igreja tem seu leque de ação amplo e abrangente na sua missão de "fazer discípulos todos os povos". Isso implica que sua expansão decorre da unidade da Fé vivida e testemunhada de modo inculturado, por conhecer e levar em conta as características e idiossincrasias das raças, línguas, culturas de cada povo e nação.

É fundamental termos presente que o próprio Cristo Jesus é especialista em atuar colegialmente com os apóstolos e discípulos que escolheu e formou ao anunciar e fazer acontecer o Reino Deus, e é o Mestre que, prática e palavra, se mostrou especialista em "fazer com", nunca sozinho e nem menos no lugar de ninguém. E sua metodologia a transmitiu e confiou a seus discípulos e sempre os fortaleceu e o faz sempre ao longo dos anos no mistério e no testemunho da unidade, praticando com eles a revisão de vida pessoal, grupal e pastoral e orando por eles ao Pai: "Eu peço por eles. Não peço pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus... Pai Santo, guarda-os em teu nome... para que eles sejam um assim como nós somos um... Eu não te peço só por estes, mas também por aqueles que vão acreditar em mim por causa da palavra deles, para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste" (Jo 17, 9.11b.20-21). Sem a comunhão na unidade o mundo não reconhece Cristo como "o MISSIONÁRIO DO PAI".

E a Igreja apostólica nos legou o testamento da prioridade da UNIDADE, alcançada graças à escuta recíproca e atenta de todos quantos, pelo mandato missionário, estão implicados no "fazei discípulos meus todos os povos..." (Mt 28,20) e em responder aos desafios inerentes e decorrentes.

E eloquente é o testemunho do Concílio de Jerusalém (Atos 15) "... não devemos importunar os pagãos que se convertem a Deus. Vamos somente prescrever que evitem o que está contaminado pelos ídolos, as uniões ilícitas, comer carne sufocada e o sangue" (19-20)... "Decidimos de comum acordo, escolher alguns representantes e mandá-los até vocês... (25), Judas e Silas... Porque decidimos, o Espírito Santo e nós, não impor sobre vocês nenhum fardo, além destas coisas indispensáveis..." (28-29).

A colegialidade dos bispos é o serviço evangélico orientado para a construção e a garantia da unidade da Igreja na sua ação de chamar os não evangelizados à "obediência da fé" (Rom 1, 5; 16, 19.26). Por ela eles se apoiam na corresponsabilidade de se ajudarem sempre para o cultivo e testemunho da unidade fecunda e frutuosa da Igreja.
Conforme suas competências, os bispos de MS estão organizados em favor da "Igreja em permanente estado de missão" mediante a "setorização das paróquias" (DGAE 2011-2015, 3.1; 3.4; 4,1; 4.4) em clima, espírito e compromisso com a pastoral orgânica do Regional Oeste 1, assim:

Dom Antonino Migliore, bispo de Coxim, Presidente da CNBB Oeste 1 e referencial da Animação Bíblico-Catequética;

Dom Redovino Rizzardo, bispo de Dourados, Vice-presidente da CNBB Oeste1, referencial do Ecumenismo, Liturgia e Migrações;

Dom Segismundo Martinez Alvarez, bispo de Corumbá, secretário da CNBB Oeste 1, referencial da Pastoral Familiar e da Pastoral da Educação;

Dom Dimas Lara Barbosa, arcebispo de Campo Grande, referencial dos Meios de Comunicação Social, ITEO, Seminários e Conferência dos Religiosos do Brasil - CRB;

Dom Eduardo Pinheiro da Silva, bispo auxiliar de Campo Grande, referencial da Juventude e das Vocações;

Dom Ettore Dotti, bispo de Naviraí, referencial do Conselho Nacional do Laicato do Brasil;

Dom Jorge Alves Bezerra, bispo de Jardim, referencial das CEBs e Pastoral da Criança;

Dom José Moreira Bastos Neto, bispo de Três Lagoas, referencial da Comissão Pastoral da Terra - CPT e do Conselho Indigenista Missionário - CIMI;

Dom Vitório Pavanello, arcebispo emérito de Campo Grande, referencial da Dimensão Missionária.

Oremos por nossos pastores e cultivemos permanente diálogo com eles nas diversas áreas da pastoral missionária orgânica "a serviço da vida plena para todos" (DGAE, 3.5 e 4.5).

Campo Grande, 17 de dezembro de 2011.

Padre Ubajara Paz de Figueiredo, assessor do COMIRE Oeste 1.

Fonte: Comunicação Regional Oeste 1 da CNBB

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