Rezemos para que as pessoas que vivem à margem da sociedade, em condições de vida desumanas, não sejam esquecidas pelas instituições e jamais sejam consideradas descartáveis.
Por Stephen Kawuki
Andando pelas ruas de São Paulo, não se pode deixar de reparar a situação de muitas pessoas nas situações desumanas, barracas debaixo dos viadutos, nas calçadas, nas casas abandonadas etc. “Diante do aumento da população em situação de rua em São Paulo, a Prefeitura investe em casas modulares, de 18m², como opção de moradia para os sem-teto. A previsão é entregar duas mil unidades até o fim deste ano - a primeira vila foi inaugurada em dezembro no Canindé, na zona norte. Outra frente será um auxílio, entre R$ 600 e R$ 1,2 mil, para quem hospedar pessoas em vulnerabilidade social.”, conforme notícia divulgada pela grande imprensa em janeiro deste ano.
Conforme dados das Nações Unidas, mais de 700 milhões de pessoas, mais de três vezes a população brasileira, vivem em situação de pobreza extrema, com dificuldade para satisfazer as necessidades mais básicas, como saúde, educação e acesso à água e saneamento. Além disso, não podemos esquecer os refugiados e deslocados internos que fogem de conflitos e perseguições. Eles muitas vezes enfrentam condições desumanas em campos de refugiados superlotados, onde a falta de recursos básicos, é alarmante. A falta de apoio internacional e a apatia de algumas nações em relação a essas crises humanitárias agravam ainda mais o sofrimento dessas pessoas marginalizadas
Diante esta situação, o papa Francisco nos convida a lembrar as pessoas marginalizadas para que nos solidarizemos com elas, rezemos por elas e que jamais sejam pessoas descartadas pela sociedade. É imperativo que direcionemos nossos corações e mentes para aqueles que vivem à margem da sociedade, enfrentando condições de vida desumanas. Este é um apelo à nossa consciência e um convite à ação.
“Rezemos para que as pessoas que vivem à margem da sociedade, em condições de vida desumanas, não sejam esquecidas pelas instituições e jamais sejam consideradas descartáveis” exortou Francisco.
Paremos de tornar invisíveis aqueles que estão à margem da sociedade, acrescentou o Santo Padre. Para ele, as pessoas descartadas são aquelas que estão na margem da sociedade, seja por motivos de pobreza, dependências, enfermidades, tais como psíquicas ou deficiência. O papa nos chama à reflexão sobre um dos desafios mais prementes de nossa sociedade atual. Em um mundo onde o progresso econômico e tecnológico parece avançar a passos largos, é crucial lembrarmos que a verdadeira medida de uma sociedade justa e compassiva reside em como cuidamos dos mais vulneráveis entre nós e cuidar a casa comum.
Devido aos incríveis avanços tecnológicos, a informação flui rapidamente e as possibilidades de comunicação são ilimitadas. No entanto, apesar dessas conquistas, muitas pessoas continuam à margem da sociedade, enfrentando condições de vida desumanas. O papa lamenta que os marginalizados são esquecidos pelos meios de comunicação social, justamente por este motivo, a Igreja é convidada a procurar e incentivar pessoas que se responsabilizarem com elas para poderem ter uma vida digna e viverem em uma situação humana, sabemos que essas pessoas enfrentam diariamente a fome, o frio e a violência nas ruas, enquanto a sociedade muitas vezes vira o rosto e ignora sua existência. As instituições, embora tenham a responsabilidade de proteger e cuidar de todos os cidadãos, muitas vezes falham em fornecer abrigos adequados, assistência médica e programas de reinserção social, essas pessoas são frequentemente esquecidas pelas instituições e consideradas descartáveis por aqueles que não conhecem sua realidade.
Rezemos para que, como sociedade, possamos nos unir para enfrentar os desafios da marginalização e trabalhar em prol de um mundo mais justo e compassivo. Que possamos todos, juntos, buscar soluções para os problemas da marginalização e trabalhar para construir um mundo onde cada ser humano seja valorizado e respeitado. Que a nossa compaixão seja nossa força motriz na busca por um futuro mais justo e inclusivo para todos. “Para nós, discípulos do Abandonado, ninguém pode ser marginalizado, ninguém pode ser deixado a si; porque - recordemo-lo - as pessoas rejeitadas e excluídas são ícones vivos de Cristo”.