Dezembro Vermelho: a importância da Pastoral da Aids nesta luta

“Dezembro Vermelho, que é a cor do laço, é a cor do amor, cor do amor que salva, do amor que cura, do amor que acolhe“ - Dom Luiz Antônio

Por Isabela Araujo

A campanha Dezembro Vermelho, marca uma grande mobilização mundial em prol da prevenção e combate ao vírus HIV, bem como outras IST's (infecções sexualmente transmissíveis).

Na Igreja, a Pastoral da Aids também adere a campanha e não só nesta data, mas em todo o ano, ela é responsável por unir ciência e fé em prol da saúde.

A Pastoral tem como objetivo o trabalho de prevenção ao HIV e acompanhamento das pessoas que possuem o vírus e a Aids, estando presente, de forma organizada, em 17 regionais e 75 dioceses e em processo de organização em 100 dioceses.

A partir de uma equipe voluntária, as estruturas da Igreja Católica são utilizadas em prol de educação preventiva, acolhimento e acompanhamento dos infectados pelo vírus, além do incentivo ao diagnóstico.

Todo esse trabalho é feito de forma conjunta com o Ministério da Saúde do país, para que as ações baseadas no Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis sejam ampliadas e aderidas em suas ações.

“(...) caminhamos juntos nessa luta para vencer essa doença e vencer o preconceito. Nós temos o tratamento para AIDS, mas não temos ainda a cura, então o trabalho da Pastoral é justamente esse: conscientizar, prevenção, testagem, tratamento, cuidado, acompanhamento, solidariedade e também as políticas públicas, para que não falte a medicação e todo o acompanhamento para as pessoas que vivem e convivem com HIV e AIDS”, explica Dom Luiz Antônio Lopes Ricci, bispo de Nova Friburgo e referencial da Pastoral da AIDS.

O bispo diz que eles também lançaram uma campanha que não vale apenas para o Dezembro Vermelho, mas para todo o ano, além de retomar a última campanha feita por eles, “Zero infecções, zero mortes, zero preconceito”.

Vencer o preconceito

Por mais que com o passar dos anos as informações tenham chegado de forma mais abrangente, correta e didática, conscientizando muitos, infelizmente ainda há espaço para desinformações, preconceito e discriminação em meio a nossa sociedade.

Para todos, mas principalmente para os cristãos, o preconceito não deve ter espaço em nosso raciocínio, porque temos Jesus como exemplo. O referencial da Pastoral da AIDS relembra como Jesus agiu com o leproso, que mesmo podendo curá-lo à distância, quis tocá-lo.

“Imitando Jesus a gente vence os preconceitos, a discriminação, os julgamentos. Nós amamos, acolhemos, esse é o trabalho da pastoral da AIDS, o acolhimento, a solidariedade, a proximidade, o que também nos pede o Papa Francisco, na verdade o cristão tem que ser a proximidade de Deus na vida do vulnerável, do pobre e do necessitado, Jesus quer contar conosco nessa missão.”, atenta Dom Luiz sobre nossa missão como cristãos.

Ajude os seus irmãos

“Somos tão amados por Ele e precisamos amar também e sem discriminação, porque somos todos irmãos e as pessoas precisam do nosso abraço e a pastoral da AIDS é esse abraço de Deus na vida do vulnerável, na vida daquela pessoa que vive e convive com esse vírus”.

Diversas são as formas de ajudar quem mais precisa nesse momento. É possível unir profissão e vocação, para que de forma conjunta, o bem reine em suas ações.

Dom Luiz recorda que, pelo batismo, somos todos enviados e chamados por Deus para sermos seguidores de Jesus, de forma que o amor Dele seja compartilhado por meio de nossas atitudes.

“Toda a profissão se transforma em vocação”, diz o bispo. A partir disso, é possível participar da Pastoral exercendo sua própria profissão, como profissional da saúde, por exemplo, ou seja qual for, pois quando dedicada a proliferar o amor de Deus, ela com certeza agregará na missão.

“Nós temos muitos agentes que são da área da saúde, outros que têm grande amor de servir, de ir ao encontro de quem necessita, têm esse desejo. E os nossos agentes fazem isso com muita alegria e disponibilidade”, compartilha.

Neste ano vocacional, Dom Luiz trata sobre a importância de revermos as nossas escolhas e estarmos prontos a dizer “sim” ao chamado de Deus.

“Se você se sente chamado a trabalhar nessa Pastoral, procure a Igreja, procure sua Paróquia, dê um “sim” generoso nessa pastoral ou em outras. Nós precisamos de agentes, lideranças que possam colaborar com os bispos, os padres, com a Igreja nesta obra de evangelização”, instrui.

“Pastoral não é uma ONG, é uma Pastoral. Ou seja, ela tem uma missão evangelizadora de cuidar, de acompanhar também na espiritualidade, na presença. Então, dê um “sim” generoso ao chamado de Deus. A razão da nossa alegria é dar um sim a Jesus e se colocar a serviço d'Ele e do próximo. Amar Jesus no próximo, de modo especial no vulnerável, naquele mais necessitado e também, no nosso caso, as pessoas que vivem e convivem com HIV e a AIDS. Venha fazer parte dessa família chamada Pastoral da AIDS” - Dom Luiz Antônio, bispo referencial da Pastoral da AIDS.

Fonte: A12
TagsSaúde

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