59ª Assembleia Geral: CNBB vai atualizar seu estatuto

Novo texto será votado na reunião realizada em Aparecida para depois ser aprovado em definitivo pelo Vaticano

Durante a fase presencial da 59ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) será realizada a votação para atualizar o estatuto oficial da entidade.

Antes desta etapa, os Bispos receberam a redação final, para que após a votação, este texto ser enviado para aprovação definitiva por parte da Sé Apostólica, então entrará em vigor para que seja orientada toda a vida da Conferência Episcopal.

O encontro presencial dos Bispos do Brasil em 2022, acontece entre 29 de agosto e 2 de setembro no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), com o tema geral Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão, em sintonia com o processo do Sínodo 2021-2023, convocado pelo Papa Francisco e com as celebrações dos 70 anos de criação da CNBB.

Representante da Comissão que produz o novo documento, o Arcebispo de Ribeirão Preto (SP), Dom Moacir Silva explica da necessidade de renovar o livro de regras da CNBB.

"O atual estatuto é de 2002, era necessário uma revisão, e isso foi feito. A partir dessa grande comissão formada por Bispos, Padres religiosos e especialistas para fazer um primeiro levantamento tendo presente a missão e a sinodalidade, que deveriam aparecer no novo estatuto. Na fase on-line da 59ª Assembleia Geral foi apresentado o texto já pronto, e a partir daí muitas outras contribuições vieram e agora na fase presencial da Assembleia nós vamos aprovar", disse o Bispo.

No que as atualizações impactam na Igreja no Brasil?

Dom Moacir também ressalta que no estatuto da CNBB após a aprovação na Assembleia, sejam incorporados elementos mais recentes da caminhada da Igreja como o princípio da sinodalidade, por causa disso, no texto está incluído um parágrafo da nova Constituição Apostólica Praedicate Evangeliumdo Papa Francisco, sobre a Cúria Romana e o seu serviço à Igreja no mundo:

“A atenção que a Constituição às Conferências Episcopais move-se no sentido de potencializá-las, sem atuar como uma interposição entre o Romano Pontífice e os Bispos, mas que estejam ao seu inteiro serviço. As competências que lhes são atribuídas nestas disposições visam exprimir a dimensão colegial do ministério episcopal e, indiretamente, fortalecer a comunhão eclesial, dando corpo ao exercício conjunto de algumas funções pastorais para o bem dos fiéis das respectivas nações ou de um território específico.”

Esta atualização foi pedida pelo Vaticano, para que sejam alinhadas a constituição, organização e funcionamento da Conferência Episcopal no Brasil. A CNBB orienta que a renovação das suas normas após 20 anos possam refletir o rosto da Igreja no Brasil, para fortalecer a missão e os eixos de formação integral, comunicação e diálogo estratégico com a sociedade.

Para o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, a crise contemporânea mostra a necessidade de fortalecer as instituições: “E não se trata apenas de fortalecer as instituições nas suas letras legislativas, mas fazer com que elas, na sua identidade e na sua missão, realmente cumpram o seu papel.”

Desde 2020, os Bispos do Brasil já estão reunidos para essa importante revisão. Foram quatro etapas, a maioria delas em encontros virtuais devido à pandemia, onde foram discutidos os temas gerais por regiões episcopais, decidindo em quais partes do texto poderiam ser atualizadas para melhorias em cinco temas gerais sobre os critérios (missionariedade e sinodalidade) e os eixos (gestão pastoral, formação integral e diálogo estratégico) que nortearam a elaboração do novo estatuto.

Fonte: CNBB

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