Sou missionário desde pequeno. E você?!

Roseane de Araújo Silva

Dedicamos esta página às famílias. Isso mesmo, à minha família, à sua família, pontos de partida para a vida. Analisando alguns aspectos desta instituição, percebe-se que atualmente algumas crianças e adolescentes crescem sem um referencial que os ajude a dar um direcionamento às suas vidas. Porque lhes faltou respeito, carinho, afeto e, sobretudo, limites.

Quando somos bebês imaginamos não existir ninguém mais poderoso que nós mesmos, porque desde o choro - uma das primeiras formas de comunicação - temos todos os nossos desejos atendidos, e depois? Como é que fica quando crescemos, diante de tantas recusas? Como administramos nossas frustrações de adolescentes e adultos? Pois é, como diziam os nossos pais até recentemente "é de pequeno que se torce o pepino!" Aos pequeninos cabe compreender que quando são cobrados ou os seus pedidos são recusados, significa dizer que têm ao seu lado, adultos que realmente se importam com o seu futuro e entendem a necessidade da sua presença juntos a eles.

Vale a pena recordar aqui o episódio de Jesus quando foi reencontrado no templo após três dias desaparecido (Lc 2, 41-52). Esse episódio nos apresenta a maturidade de Jesus nos seus 12 anos de idade, junto aos doutores, porém, o que completou o seu aprendizado foi estar a sós com seus pais no retorno ao lar. Jesus encontrou uma boa base familiar, o que não acontece com uma parcela das crianças e adolescentes nos dias atuais. Quando a base familiar não proporciona uma boa sustentação, quem mais sentirá essa lacuna serão as crianças e adolescentes. Por essa razão, a obra da Infância e Adolescência Missionária possibilita aos pequenos por meio da oração, sacrifício, solidariedade e participação um crescimento na experiência e conhecimento de Deus, a partir do exemplo de Jesus, se apresentando como uma família de fé para as crianças e adolescentes membros do grupo.

Na IAM, os pequenos ajudam e evangelizam outras crianças e adolescentes, celebrando a vida, mas nem sempre o caminho a seguir é um caminho sem tropeços, sem riscos. O desânimo, as distrações, são desafios para a caminhada, porém, a certeza de que Deus caminha conosco nos impulsiona a ir além das nossas forças. Nós, da IAM, somos a sua segunda família e o chamado à missão ocorre de diferentes formas. Nesse mês de aniversário da IAM, que possamos comemorar, fortalecendo a nossa missão com alegria e com muita alegria também possamos anunciar que Jesus está em nosso meio, como fez com os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35). Ele é a razão da nossa esperança! De todas as crianças do mundo - sempre amigas!

* Roseane de Araújo Silva é missionária leiga e pedagoga da Rede Pública do Paraná.

Publicado na edição Nº04 - Maio 2010 - Revista Missões.

Fonte: Revista Missões

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