Primeira etapa da vacinação prioriza idosos e profissionais da saúde; campanha foi antecipada devido à pandemia de coronavírus
Por Denise Claro
Nesta segunda-feira, 23, tem início a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, em todo o país. A meta é que, pelo menos, 90% da população seja vacinada até o dia 22 de maio. A vacina, composta por vírus inativado, é trivalente e protege contra os três vírus que mais circularam no Hemisfério Sul em 2019: Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2).
A Campanha, que normalmente começa em abril, foi antecipada neste ano devido à pandemia de coronavírus. A pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabela Ballalai, explica a importância da vacinação contra a Influenza, especialmente no contexto atual.
“O vírus da gripe tem um potencial de gravidade semelhante ao do coronavírus, e no Brasil é causa de pelo menos cinco mil casos de Síndrome Respiratória Grave por ano, com maioria de internações em UTI, e em 2019 foi responsável por mais de mil óbitos no país. Portanto, é um vírus perigoso, que circula todo ano com a gente, e atinge de forma grave principalmente os grupos de risco, que estão sendo beneficiados pela Campanha de vacinação gratuita.”
Nesta primeira fase, os públicos prioritários são idosos e trabalhadores da saúde. A etapa seguinte da campanha terá início no dia 16 de abril, com o objetivo de vacinar doentes crônicos, professores (rede pública e privada) e profissionais das forças de segurança.
A última fase, que começa no dia 9 de maio, dará prioridade a crianças de 6 meses a menores de 6 anos, pessoas com 55 a 59 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas com deficiência, povos indígenas, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.
Novo coronavírus
A vacina contra influenza não tem eficácia contra o coronavírus. No entanto, em virtude da pandemia, poderá auxiliar profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para o covid-19, já que os sintomas são parecidos. A especialista avalia também que a campanha pode ajudar a desafogar o sistema de saúde.
“A intenção com a vacinação é que a gente não tenha dois vírus potencialmente graves, que possam causar doença grave, circulando ao mesmo tempo. Isso aumentaria o número de casos.”
Campanha
O Ministério da Saúde orientou aos municípios que realizem a Campanha da forma mais segura possível, de acordo com sua realidade, mas buscando espaços amplos e evitando aglomerações. No Rio de Janeiro, por exemplo, estão sendo montados pontos de vacinação para os idosos no modo drive-thru.
“Cada município traça sua estratégia de acordo com sua infraestrutura, características da cidade, número de habitantes, e necessidades. O mais importante é que a vacinação aconteça e que os cidadãos não deixem de se vacinar”, encerra Ballalai.