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1. Estamos em festa, portanto no Domingo da Ressurreição nenhum cristão pode ficar mais triste nem se sentir desamparado, pois algo de glorioso aconteceu: Cristo ressuscitou! Aleluia! Cabe-nos cantar jubilosos o grande sonho de Deus: que um dia ressuscitemos todos com o Cristo Senhor!
2. Todos os cristãos celebram neste dia a Ressurreição do Senhor.
" Passado o sábado, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para ir embalsamá-lo.
De manhã, ao nascer do sol, muito cedo, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro (...) Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca, e ficaram assustadas. Ele disse-lhes: «Não vos assusteis!
Buscais a Jesus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou; não está aqui»" Mc 16
SUGESTÕES PARA A CELEBRAÇÃO E A VIVÊNCIA DA LITURGIA
a) Hoje são proibidas todas as outras celebrações, e todas as Missas de defuntos.
b) Proibidas as Missas em oratórios privados.
c) A Missa do dia de Páscoa deve ser celebrada com grande solenidade. Em vez do ato penitencial, deve fazer-se a aspersão com água benzida (na Vigília), para recordar o batismo.
d) O círio pascal, a colocar junto do ambão ou do altar, deve acender-se nas celebrações litúrgicas mais solenes deste tempo, ou seja, na Missa, nas Laudes e nas Vésperas, até ao Domingo de Pentecostes. Depois do Domingo de Pentecostes, o círio pascal deve manter-se em lugar de honra no batistério, para que, na celebração do batismo, nele se acendam as velas dos batizados. Nas exéquias, deve colocar-se o círio pascal junto do túmulo, para lembrar que a morte, para o cristão, é a sua verdadeira páscoa.
Fora do Tempo da Páscoa o círio pascal não deve utilizar-se nem acender-se no presbitério.
e) Onde estiver em uso, conserve-se com toda a diligência ou, se for possível, introduza-se o costume de celebrar, no dia de Páscoa, as Vésperas batismais. Ao celebrá-las, enquanto se cantam os salmos vai-se em procissão até à fonte batismal.
f) Com as Vésperas do Domingo da Ressurreição encerra-se o Tríduo Pascal.
REFLEXÕES BÍBLICO-PASTORAIS
1. Nexo entre as leituras
A fé na ressurreição do Senhor é o tema fundamental deste dia. "Esse é o dia que o Senhor fez: seja para nós dia de alegria e de felicidade", canta o salmo 117,24. É o domingo por excelência. É o dia em que Cristo expressou o seu poder soberano vencendo a morte e que, conseqüentemente, é motivo de alegria para todos os cristãos. Pedro, no seu discurso, proclama que Deus o mandou pregar ao povo e testemunhar a ressurreição de Cristo. Os apóstolos são as testemunhas que viram o ressuscitado, que comeram e beberam com Ele. Eles receberam a missão de pregar que Cristo ressuscitado tinha sido constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos (primeira leitura). São Paulo ressalta de modo especial que a ressurreição do Senhor instaura uma nova vida no batizado. O cristão é aquele que morreu e ressuscitou com Cristo para uma vida nova. A fé na ressurreição é a rocha firme para São Paulo, o lugar onde se firma todo o seu dinamismo apostólico (segunda leitura). No evangelho, Pedro e João entram no sepulcro, "vêem e crêem".
O sepulcro vazio é o início de uma meditação que os leva à fé em Cristo ressuscitado.
2. Mensagem Doutrinal
a. Cristo ressuscitou: "A ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo", nos diz o Catecismo da Igreja Católica (nº. 638). A comunidade cristã dos primeiros tempos viveu esta verdade como o centro da sua existência. Todas as suas certezas -sua caridade, visível para todos, sua serenidade diante do martírio, seu amor pela Eucaristia- tudo fazia referência ao mistério pascal de Cristo, a sua morte e ressurreição. "Se Cristo não ressuscitou, vã é nossa fé", argumenta São Paulo.
Da mesma forma como as primeiras comunidades cristãs viviam da fé na ressurreição do Senhor, todos os cristãos foram chamados a viver mais profundamente o mistério da ressurreição. "Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto" (Col 3, 1). Para o fiel, a ressurreição é um dado culminante da sua fé em Cristo; através da ressurreição, todas as promessas do Antigo Testamento se confirmam. O Senhor foi fiel ao seu amor, sem limites, com superabundância. Através da ressurreição se confirma à divindade do Senhor: verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A ressurreição nos ensina a verdade íntima sobre Deus (Deus é amor) e sobre a salvação humana. No mistério pascal, Cristo leva a revelação de Deus à sua plenitude. Auto-revelação definitiva de Deus. Por isso, a tese do caráter incompleto, limitado e imperfeito da revelação em Cristo, que deveria ser completada com a revelação de outras religiões, é contrária à fé da Igreja Católica (cf. Domine Iesus, nº. 6).
b. As mulheres são as primeiras a anunciar a ressurreição: "Por que procurais Aquele que vive entre os mortos? Ele não está aqui; ressuscitou" (Lc 24, 5-6)
Estas palavras, daqueles "dois personagens com vestes resplandecentes", aumentam a confiança das mulheres que foram até o sepulcro. Elas tinham vivido os trágicos acontecimentos que terminaram com a crucifixão de Cristo no Calvário; tinham experimentado a tristeza e a desorientação. Mas não abandonaram o Senhor no momento da prova. Escondidas, vão até o lugar onde Jesus tinha sido enterrado para vê-lo de novo e abraçá-lo pela última vez. O amor as impulsiona; aquele mesmo amor que as fez segui-lo pelos caminhos da Galiléia e da Judéia, até o Calvário. Mulheres bem-aventuradas! Elas ainda não sabiam que aquela era a aurora do dia mais importante da história. Não podiam saber, justamente elas, que seriam testemunhas da ressurreição de Jesus (cf. João Paulo II, Homilia da Vigília Pascal, 1988).
O evangelho nos conta que as mulheres foram as primeiras mensageiras da ressurreição do Senhor, inclusive antes dos apóstolos. A mulher tem uma particular sensibilidade religiosa e humana. Compreende de maneira mais rápida e intuitiva as verdades religiosas e as verdades humanas. Tendem espontaneamente ao valor religioso, à proteção da vida humana, ao cuidado dos mais fracos. Elas tiveram a missão de anunciar o triunfo definitivo de Cristo sobre a morte. A mulher experimenta, como mostra o Evangelho, uma particular fortaleza de espírito, porque compreende que tem a missão de cuidar, de algum modo, do bem dos homens.
No nosso mundo pós-moderno, fortemente relativista e sem fé, a mulher cristã é chamada a ser de novo a mensageira privilegiada das verdades cristãs. No lar, ela irradiará o amor, a compreensão, e educará a família nos valores sobrenaturais. Podemos dizer que depende da mulher, em grande medida, a fé do lar, porque ela a transmite não só com as palavras, mas com a vida, as atitudes, a capacidade de sofrimento, de perdão. Ela, no seio da família, no seio de uma comunidade religiosa, no seio da sociedade, na vida pública, nos hospitais, nas escolas, é quem faz presentes os valores transcendentes e, o que é mais importante, é quem revela Deus como amor, quem mostra Cristo ressuscitado e conduz as pessoas até Ele. Ela é a mestra da fé. Ela é o sol da família e da sociedade.
c. A esperança cristã: A solenidade da ressurreição do Senhor abre uma nova esperança para o homem. O poder de morte do pecado foi vencido pela força do amor, pela ressurreição do Senhor. Agora o homem pode esperar, apesar de toda aparência de fracasso. Agora o homem pode olhar com confiança para o futuro, não obstante os múltiplos perigos que o cercam nesta vida. Agora o homem pode empreender o caminho da vida lutando pela verdade com amor, com coragem, sabendo que não será defraudado. Quem estiver se sentindo presa do desânimo, venha contemplar o mistério da redenção; quem estiver se sentindo desesperado diante do mal, não deserte: Cristo ressuscitou! Quem estiver preso pelo desespero, pela fraqueza física, psíquica ou moral, que perceba que a morte foi vencida e que o homem descobriu o rosto amoroso de Deus. Como é grande o amor que Deus teve por nós, a ponto de nos enviar seu Filho para morrer e ressuscitar, nos abrindo as portas do paraíso! Que todos os corações readquiram hoje a sua confiança: Cristo ressuscitou!
Fonte: www.portalcatolico.org.br