A providência divina

Tudo a partir de um Deus lento em sentenciar a criatura humana, mas rico e apressado em oferecer seu perdão, que, na sua inesgotável sabedoria, perdura de geração em geração.

Por Geovane Saraiva*

Senhor, nosso Deus, confiamos na vossa bondade, confiamos na vossa providência divina! Ela é sem limites, indulgente, clemente e radicalmente justa. Nós a percebemos compassiva, bondosa e afável, tanto nos sinais vivos de esperança quanto na sua terna misericórdia. Em Deus nada existe que não tenha um motivo ou seja por acaso, mas tudo entra na lógica do seu plano de amor e na sua divina providência.

Tudo a partir de um Deus lento em sentenciar a criatura humana, mas rico e apressado em oferecer seu perdão, que, na sua inesgotável sabedoria, perdura de geração em geração, indo de uma extremidade a outra da terra, governando-a com aquela suavidade e doçura, tão bem proclamada por Francisco de Assis.

Fe_Oracao_2018Convençamo-nos, pois, de tal providência e de sua obra eterna, criadora e redentora, considerando-a, portanto, em todas as coisas de sua criação, de um Deus onipotente, que tudo pode e quer, como quer e quando quer, que, segundo o Livro Sagrado, assim se expressa: “Tudo o que lhe apraz, o Senhor realiza no céu, na terra, nos mares e abaixo da terra” (Sl 135, 6), sendo impossível ir contra as suas ações.

Dentro do contexto supramencionado, é conveniente pensar que as obras humanas, até as mais ínfimas, precisam de tempo e material, além de colaboração, exaustão e esgotamento. Já as obras de Deus, até as mais grandiosas e esplêndidas, num fechar de olhos ou instante, realizam-se pelo simples ato da sua divina vontade, de tão irrestrito e absoluto que é o nosso bom Deus, que numa só palavra e do nada se manifesta: “Dissestes e todas as coisas foram feitas... ninguém pode resistir à vossa voz” (Jdt 16, 14).

Conforta-nos a consciência de que as palavras humanas e com sons vazios, a se perderem no ar, são incomparáveis às divinas, que, ao ordenar, tudo passa a existir. Essa é a grande certeza de que Deus, por amor, nos colocou no mundo, que nos estende constantemente, segundo seu beneplácito, suas mãos sagradas, a nos guiar e orientar nossos passos. Que não fiquem dúvidas de que nele encontraremos o que nosso ser mais precisa: a paz, fruto de sua providência! Assim seja!

*Geovane Saraiva é pároco de Santo Afonso, Blogueiro, Escritor e integra a Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza.

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