Depois de tantas injustiças, começamos a reverter o jogo.
Por Roberto Malvezzi (Gogó)*
O ministro Barroso disse que não entende tanta euforia dos corruptos por conta da Vaza-Jato. Muito ao contrário do Ministro, o que se vê é que tem muito corrupto apavorado.
A ética de Sérgio Moro desmoronou diante dos meus olhos quando recebeu o laudo da KPMG, uma das maiores entidades de transparência do mundo, afirmando que não encontrara nenhum ato de corrupção nas finanças de Lula. Moro recebeu o laudo e o atirou no cesto do lixo. Um juiz sério ao menos se perguntaria o significado daquele laudo técnico.
A certeza aumentou quando, mesmo sem provas, condenou Lula. Piorou quando em pouco tempo conseguiu que o TRF-4 aumentasse a pena. Finalmente, o dia que o MTST entrou no triplex do Guarujá e apresentou ao mundo que o apartamento era uma lixeira, que não havia a reforma apresentada. Uma lógica perfeita e idiota até para a Magda.
Portanto, não há novidade nas revelações do Intercept, apenas a confirmação de um enredo mal ensaiado e mal representado.
Então, de que Barroso tem medo nesses vazamentos? Será que teremos Ministros confirmando a participação? Promotores? Desembargadores? Jornalistas? Donos de mídias? Empresários? Políticos? Generais? Será que teremos algum acordo de delação devidamente contado nos seus mínimos detalhes?
Vamos assistir de camarote a liberação gota a gota do Intercept sobre o processo da Lava-Jato. Depois de tantas injustiças, com tantas empresas nacionais arrasadas, com 13 milhões de desempregados, com os cortes na saúde, na educação, com a liberação de armas, com a extinção da equipe que trabalha contra a tortura, com o caos social de um projeto de morte instalado no país, com Bolsonaro na presidência, temos o direito de confirmar a verdade e começarmos a reverter o jogo. O contra-ataque já começou.
Sem pressa, gota a gota, conforme os comandos do Intercept, vamos assistir todos os que têm o rabo preso apavorados a cada gota que emergir e a felicidade dos justos para o resto da nação.
