31 jovens partem de Portugal para Angola, Costa do Marfim, Moçambique, Tanzânia e Argentina.
Por Albino Brás
Angola, Costa do Marfim, Moçambique e Tanzânia são os quatro países africanos que vão acolher neste verão os jovens do Voluntariado Missionário da Consolata. A estes, junta-se a Argentina, na América do Sul, para onde partem duas Leigas Missionárias da Consolata (LMC). Experiências missionárias que, esperam, deixem uma marca nas suas vidas.
José Tiago (mais conhecido por ZT) tem 28 anos, fez boa parte da sua caminhada de fé nos Jovens Missionários da Consolata (JMC) de Águas Santas, Portugal. Durante três anos (2015 a 2018) esteve em missão na Tanzânia, numa experiência prolongada de voluntariado missionário. Ao voltar a Portugal, no mês de abril passado, confessou que aqueles anos «foram incríveis e voaram!» Foi uma «experiência fantástica», disse àquela época, e por isso prometeu fazer de tudo para «poder possibilitar esta mesma sorte que tive, a todas as pessoas que queiram viver ao lado daquele povo». Agora, o ZT vai acompanhar um dos quatro grupos de voluntariado missionário jovem que parte este verão para África, neste caso, para a Tanzânia.
O grupo que o ZT acompanha vai para a missão de Sadani, na Tanzânia, e é composto por mais sete missionários. Vão dar apoio a uma escola que os missionários da Consolata mantém naquela missão, especialmente com material de costura e máquinas novas, além da construção de uma cozinha.
Já a missão de Massangulo, na província de Niassa, em Moçambique, acolhe um grupo de cinco jovens voluntários, acompanhados pelo padre Thomas Mushi, missionário da Consolata tanzaniano, que trabalha em Águas Santas. Vão dedicar-se à reabilitação da escolinha Jardim Infantil de Padre Luís Wegher, assim como do jardim e da zona do recreio, dando continuidade a algumas das atividades do grupo que ali esteve em 2017.
Para as missões de Funda e Kapalanga, em Angola, um dos novos países de missão do IMC na África, vai o padre Bernard Obiero, e faz-se acompanhar por cinco jovens. Ali, vão dar auxilio na área da saúde, com especial enfoque no combate ao grave problema da desnutrição, que tem a particularidade de ser o tema do Projeto Anual do IMC em Portugal 2018. Este projeto de solidariedade apoia crianças daquela região através da campanha “Crianças Saudáveis”.
O último país africano para onde partem grupos de voluntários missionários é a Costa de Marfim, um país que já recebeu estes grupos em anos anteriores. Para lá vai o padre Antony Malila, que se faz acompanhar pelo grupo mais numeroso: nove jovens. “Dar à Costa”, nome do projeto que abraçam, tem como objetivo a reconstrução da infraestrutura educacional de Marandallah, uma aldeia que fica a norte deste país africano, inserida numa região que sofre de pobreza extrema. Em conjunto com a comunidade local, os jovens vão construir e equipar uma sala de aulas para os estudantes da 4ª classe do “Collége Moderne de Marandallah”.
“Penti Eta Ara”
Fechando o leque dos cinco países para onde partem voluntários este verão, está a Argentina, na América do Sul. Para lá partem as jovens Cláudia Duarte e Raquel Gonçalves. Estas duas Leigas Missionárias da Consolata (LMC) vão animadas pelo projeto missionário “Penti Eta Ara”, para uma experiência de missão com duração de dois meses. Vão trabalhar com as mães de El Bananal, mais concretamente no centro de acolhimento de mães adolescentes de cultura indígena Guarani, que procuram reabilitar, e tendo como objetivo principal melhorar o desenvolvimento da criança e do seu seio familiar.
Mais experiências missionárias
O padre Bernard Obiero, o coordenador nacional do voluntariado missionário da Consolata em Portugal, manifesta especial satisfação por neste ano de 2018 se ter aberto «o leque geográfico às experiências de voluntariado». São quatro países na África e um da América.
Quanto aos objetivos destas ações de voluntariado, este missionário da Consolata queniano, há sete anos em Portugal, explica: «damos a possibilidade a estes jovens de fazerem experiências de missão, vivendo e colaborando com os missionários que estão no terreno, junto dos mais pobres. Para tal é preciso formação e por isso fizemos essa preparação ao longo do ano.»
Porém, nem todos os jovens conseguem cumprir, para já, o seu sonho. E o padre Bernard fala da frustração de alguns jovens que este ano se prepararam, com formações e campanhas de angariação de fundos, para partirem em missão, mas que tem que adiar o sonho. «Alguns que se prepararam não conseguem finalmente ir, por causa de algumas dificuldades, especialmente no âmbito do trabalho”, ao não conseguirem licença sem vencimento
Ligados a grupos e paróquias
Entre os jovens voluntários e a equipe que os acompanha, o total dos que partem para ações de voluntariado missionário ad gentes de curta duração no verão deste ano, é de 31. É um número que se mantém quase igual ao do período homólogo de 2017, quando somaram 34.
A maioria são estudantes ou recém-licenciados, que aproveitam o tempo de férias para cumprirem este sonho. Muitos deles estão integrados em paróquias e a grupos missionários, como os que estão ligados aos Missionários da Consolata (JMC, LMC), de quem parte a iniciativa e organização destes projetos de voluntariado missionário.
Todos partem integrados em projetos missionários de curta duração: a maioria é de um mês, em agosto. As exceções vão para Cláudia e Raquel, que vão por dois meses; e Ana Marujo de Sobrado, por três meses.