Que Instituto deixar para as próximas gerações?

XII Conferência dos Missionários da Consolata no Brasil reflete sobre reestruturação e revitalização.

Por Paulo Mzé

O segundo dia da XII Conferência Regional dos Missionários da Consolata, (17 de julho) começou com a fala do Superior Geral, padre Stefano Camerlengo que retomou uma fala do Bem-aventurado José Allamano, fundador dos missionários da Consolata. “Coloquem-se de todo o coração e com todas as forças na obra da evangelização. É por este fim específico que, por vos tornardes santos, escolheram o caminho das missões preferindo o nosso Instituto a tantas outras congregações que desenvolvem outros serviços”.

DSC_1159Padre Stefano recordou que o momento é de memória histórica apresentado no primeiro dia da Conferência (16), e dizia que, em 1950, no Brasil, eram mais de 70 missionários italianos. Hoje são somente quatro. Boa parte dos missionários da Consolata hoje é do continente africano. O Superior Geral afirmou que o serviço de evangelização e missionário depende de cada um de nós.

Outro elemento fundamental foi o de colocar a Missão não como experiência, mas como um estilo de vida. Porque muitos missionários estão retornando para suas terras de origem.

A reestruturação e a revitalização têm muito a ver com toda esta dinâmica de trabalho. A alegria é uma das características fundamentais. Padre Camerlengo apresentou quadros e planilhas sobre a origem e número de missionários. O Instituto está presente em 27 países no mundo. Só no continente América está presente em 11 países. Em alguns países com uma presença mais consistente e em outros com pouca significação.

Padre Jaime Carlos Patias, Conselheiro Geral, começou sua fala falando de que o Brasil foi a primeira presença na América Latina. Apresentou uma radiografia da situação do continente para os missionários da Consolata. Foram apresentados países (presenças) e número de membros.

Padre Patias disse que o Instituto é hoje o que foi pensado num espírito de fé pelos que nos antecederam. A pergunta que se faz é: que Instituto queremos deixar para as próximas gerações.

Continuando a sua fala, lançou alguns desafios para a revitalização e a reestruturação: 1 -Aproximar a América do Norte da América do Sul (integração norte e sul); 2 - Reforçar a presença na Amazônia e reforçar a missão (unificar a Amazônia e o Brasil); 3 - Argentina deverá reforçar a missão no norte com o trabalhos com populações indígenas, ou mesmo uma presença na Bolívia; 4 - Reforçar as equipes de trabalho itinerante, no continente. Padre Jaime terminou a sua intervenção perguntando: “Diante de tudo isso, o que pensamos que seja a missão?”

A continentalidade, mesmo com a presença da Direção Geral; a subsidiariedade e a sinodalidade.

Terminou propondo que no final daCconferência seria importante dar valor não aquilo que "eu penso", mas aquilo que "nós pensamos".

IMG_2066Os trabalhos prosseguiram com a presença da Irmã Anair Voltolini, atual superiora das missionárias da Consolata, no Brasil. Irmã Anair começou a sua fala na Conferência partilhando o caminho de reestruturação das missionárias da Consolata. Segundo irmã Anair, as Missionárias da Consolata estão fazendo um caminho de renovação da caminhada, como resposta ao desafio de responder a exigência de globalização do Amor. Para ela, um dos maiores desafios (primeiro) foi a renovação das constituições. Outro trabalho foi a reestruturação. As Missionárias da Consolata em função da necessidade de reestruturação fizeram um capítulo extraordinário em 2014.

Depois da apresentação da Irmã Anair seguiu-se uma apresentação (painel) sobre a Amazônia. Para este momento padre Lírio Girardi se encarregou de apresentar o que ele chamou: “Missionários da Consolata, com a Igreja de Roraima, optam pelos povos indígenas”.

Em continuação ao tema (Amazônia) foram convidados os padres: Saffirio, Lírio, Gianfranco e Joaquim para comporem a mesa para um momento de perguntas e solicitações de esclarecimentos tendo em conta maior conhecimento e esclarecimentos relacionados ao tema da Amazônia.

A apresentação da Amazônia vem por causa da necessidade de procurar conhecer um pouco mais a realidade amazônica. Padre Gianfranco falou da Amazônia na perspectiva da guinada dos últimos anos, a partir dos anos 2000. Padre Lírio deu continuidade a explicações da realidade da Região. Padre Joaquim falou também da sua experiência na Amazônia para onde foi desde o ano de 2007. Padre Joaquim ficou surpreso diante do fenômeno das invasões nas periferias das cidades também na Amazônia. Padre Saffirio falou da sua experiência durante a sua estada pela Amazônia. Ele destacou a mudança que está um pouco por todo o lado também na realidade amazônica.

A seguir foi a apresentação do relatório de atividades do superior regional, padre Aquiléo Fiorentini que começou falando como consistiria o seu relatório. Segundo ele, o relatório teria um carácter documental, por isso ele é longo.

IMG_2115Para a celebração da eucaristia, a Conferência contou com a presença do bispo dom Sérgio de Deus Borges, auxiliar da arquidiocese de São Paulo, e vigário episcopal para a Região Santana. Dom Sérgio saudou aos padres Aquiléo e ao superior geral padre Stefano. E por fim toda a assembleia.

Partilhando a Palavra de Deus, dom Sérgio disse que a indignação pode ser inerente aquela de vocês depois de muito trabalho em muitas missões depois de muitos anos de trabalho. Continuou dizendo que “o milagre que Jesus operou foi o da Palavra de Deus para a sua comunidade". Portanto, nós somos convidados a continuar fazendo o mesmo milagre da palavra de Jesus. “O missionário da Consolata é convidado a não esmorecer em meio a tantas dificuldades, que dificultam a missão”, disse.

Preparação dos trabalhos em grupo. Apresentação do “Instrumentum Laboris”. Padre Aquiléo leu a introdução. Padre Gianfranco fez a leitura da “Breve leitura da realidade”. Por fim, o padre Luiz Emer fez a leitura da “Apresentação do documento”.

Primeiro grupo (1) - discípulos missionários. Terminadas as colaborações de todos os grupos. Os trabalhos prosseguiram com a apresentação dos trabalhos em grupo.

O grupo a seguir foi o da (2) comunidades fraternas. Após a apresentação dos grupos seguiram-se as contribuições por parte dos participantes. Formação do Discípulo Missionário, AMV e Comunicação, Economia para Missão, Organização, Serviços Missionários Ad Gentes (Opções), Família Missionária (IMC, MC, LMC).

O padre Luiz Carlos Emer que explicou como seriam os passos seguintes de trabalho. Depois das explicações, o trabalho prosseguiu com a apresentação do primeiro grupo: 1 - discípulos missionários; 2 - comunidades fraternas; 3- formação de discípulos missionários, Comunicação, Economia para a Missão, Organização.

DSC_1136Ano de serviço ao Instituto – Foi apresentada a avaliação desta experiência deste ano formativo.
Padre Jaime falou à Conferência sobre o trabalho da “Equipe Itinerante”. Foi dada a palavra ao padre Stefano. Na sua fala ele destacou a acolhida por parte de todos da região. O espírito do Instituto dentro da região, como um todo. É uma região de um algo equilibrada seja nas idades, seja na proveniência e geografia. Um elemento novo é o medo do novo diante das dificuldades de hoje. Aliado a isto, temos a necessidade da junção das regiões da Amazônia e do Brasil.

Padre Aquiléo disse que tinha consigo algumas informações. Agradeceu a todos pela participação e a resposta dada ao convite feito pelo superior a cada um. Agradecimento ao superior geral, seu conselheiro, padre Jaime. A Conferência terminou com uma celebração eucarística às 11h30 do sábado, 21 de julho.

Paulo Mzé, imc, é diretor da revista Missões.

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