Bolívia: começa o 5º Congresso Missionário Americano

Congresso reúne entre os dias 10 a 14 de julho, cerca de 3000 missionários e missionárias de todo o continente.

Por Jaime C. Patias*

O trabalho missionário “tem um coração, um centro, um nome: Jesus”. O trabalho missionário não é "filantropia" nem nasce das "nossas obras de boa vontade", mas antes de tudo é uma "bênção" para todos aqueles a quem o Evangelho é anunciado. Foi o que afirmou o cardeal Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para Evangelização dos Povos, durante missa que inaugurou, nesta terça-feira, 10 de julho, o 5º Congresso Americano Missionário (CAM 5), em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia.

CAM51O Congresso reúne nos dias 10 a 14 de julho, cerca de 3.000 missionários e missionárias de todo o Continente Americano e convidados para refletir sobre “A alegria do Evangelho, coração da missão profética, fonte de reconciliação e comunhão”. Os congressistas entre leigos e leigas, sacerdotes, diáconos, bispos, religiosos e religiosas e seminaristas foram acolhidos pelas famílias de Santa Cruz em 55 paróquias e casas religiosas.

“A história da Salvação traz sempre a bênção de Deus. O povo sente e percebe isso”, afirmou o Cardeal Filoni, enviado especial do Papa Francisco para o Congresso. “No nome de Jesus está toda a bênção de Deus para a humanidade. O trabalho missionário é sobretudo obra de bênção para todos aqueles a quem se anuncia o nome do Senhor. As mesmas obras de educação, de apoio, de defesa dos maltratados, obras de caridade, de justiça, de preferência pelos pobres, os marginalizados e todas as periferias reais e existências, como diz o Papa Francisco, têm como laço de união indissolúvel o nome de Jesus. E por tanto, tudo é bênção”, complementou Filoni para recordar que a obra missionária é ao mesmo tempo, anúncio e testemunho. “Anúncio de Jesus e testemunho de vida recebida em Cristo”.

Madre Maria Ignazia de Jesus
CAM55 Madre NazariaNesse sentido, citou o exemplo da bem-aventurada Madre Maria Nazaria Ignazia de Jesus, autêntica "missionária do nosso tempo", cujas relíquias estiveram presentes na missa. A mulher espanhola, que viveu entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX, na Bolívia, descobriu um imenso amor pelo apostolado missionário e fundou a congregação das Missionárias Cruzadas da Igreja, dedicada aos pobres e marginalizados. A bem-aventurada será canonizada em 14 de outubro próximo pelo Papa Francisco.

Ao final, Filoni, almejou que estes CAM 5, “nos permita valorizar nosso compromisso missionário e dar um novo impulso no ardor e na paixão por Cristo. Esta é a verdadeira bênção”.

Em nome do Papa, o cardeal agradeceu aos bispos de Bolívia e ao diretor das Pontifícias Obras Missionárias (POM) pela realização do Congresso.

CAM57P. StefanoParticipam do Congresso na Bolívia, 12 missionários e missionárias da Consolata entre os quais o Superior Geral, padre Stefano Camerlengo, o Conselheiro Geral IMC para América, padre Jaime C. Patias e a Conselheira Geral MC para América, Irmã Maria Conceição.

Os Congressos Missionários Continentais
Em 1977, o México celebrava em Torreón, o seu 7º Congresso Missionário Nacional. Por iniciativa do Cardeal Agnelo Rossi, então Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, foram convidados ao Congresso os bispos responsáveis das Comissões Missionárias e os Diretores Nacionais das Pontifícias Obras Missionárias (POM) de vários países latino-americanos, que imprimiram ao evento um caráter continental. Foi lançada a proposta de repetir a experiência em nível de América Latina, a cada cinco anos. Assim, o Congresso Missionário de Torreón (México) em 1977, tornou-se, o 1º Congresso Missionário Latino-americano (Comla 1). No ano de 1999, por ocasião do 6º Comla na cidade de Paraná, na Argentina, o Congresso abriu suas fronteiras a todo o Continente Americano, tornando-se o 1º Congresso Missionário Americano (CAM 1) e o 6º Congresso Missionário Latino-americano (Comla 6). Juntando os dois eventos, tornou-se (CAM 1 - Comla 6).

Cronologia
1977 – Comla 1, Torreón (México);
1983 – Comla 2, Tlaxcala (México)
1987 – Comla 3, Bogotá (Colômbia)
1991 – Comla 4, Lima (Peru)
1995 – Comla 5, Belo Horizonte (Brasil)
1999 – CAM 1 - Comla 6, Paraná (Argentina)
2003 – CAM 2 - Comla 7, Guatemala (Guatemala)
2008 – CAM 3 - Comla 8, Quito (Equador)
2013 - CAM 4 - Comla 9, Maracaibo (Venezuela).
2018 CAM 5, Santa Cruz de la Sierra (Bolívia). Nesta edição já não se usa mais a nomenclatura Comla permanecendo apenas CAM.

*Jaime C.Patias, imc, é Conselheiro Geral para a América.

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