Irmã Leonella Sgorbati foi beatificada na Itália no dia 26, sábado. Família Consolata celebrou em São Paulo missa em ação de graças.
Por Paulo Mzé*
O Instituto das irmãs missionárias da Consolata, fundado pelo Bem-aventurado José Alamano, tem uma nova estrela a brilhar nos céus da Santa Igreja. É a irmã Leonella Sgorbati, missionária e mártir italiana beatificada neste sábado (26 de maio). A cerimônia foi presidida pelo cardeal Dom Angelo Amato, representante do papa e Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, em Piacenza, Itália, terra natal de Ir. Leonella. (vídeo)
Em São Paulo, foi celebrada uma missa em ação de graças, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no Imirim, na Região Episcopal Santana da Arquidiocese de São Paulo, no mesmo sábado, às 17h.
A celebração reuniu missionários, missionárias e leigos da Consolata, além de numerosos fiéis paroquianos e convidados. O cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer presidiu a celebração, que foi concelebrada por vários missionários da Consolata e outros padres convidados.
No começo da celebração, padre Dalmir dos Anjos, pároco, saudou todos os presentes e acolheu as missionárias da Consolata, Instituto ao qual pertenceu irmã Leonella.
Antes do cântico do Glória foi lida a biografia da nova Bem-aventurada. Como em outros momentos da celebração, os professos do Seminário Teológico Internacional Padre João Batista Bísio, dos missionários da Consolata, animaram o canto do Glória.
Na homilia, dom Odilo disse que “o martírio é uma coroação por uma vida doada, entregue generosamente na missão da Igreja pelo Evangelho”.
No final da celebração, irmã Anair Voltolini, superiora das Missionárias da Consolata no Brasil, agradeceu a todos pela presença e por poder se unir a Família Consolata naquela celebração. Padre Aquiléo Fiorentini, superior dos Missionários da Consolata, no Brasil, deixou aos presentes o seu testemunho de ter conhecido em vida Irmã Leonella.
Após o fim da celebração, os alunos do Colégio Consolata fizeram uma apresentação da vida da nova beata.
Ouça a homilia (Dom Odilo Pedro Scherer)
“o martírio é uma coroação por uma vida doada, entregue generosamente na missão da Igreja pelo Evangelho”.
Breve perfil da vida de irmã Leonella
Irmã Leonella nasceu em 9 de dezembro de 1940, em Rezzannella di Gazzola (Piacenza). Foi batizada na paróquia de San Savino di Gazzola, no mesmo dia de seu nascimento e recebeu o nome de Rosa. Recebeu a primeira comunhão e confirmação em 26 de maio de 1947. Logo após a guerra, a família mudou-se para Sesto São João e naquele subúrbio de Milão, Rosinha viveu seus anos de juventude.
Em 5 de maio de 1963 ingressou no Instituto das Missionárias da Consolata e, ao iniciar o noviciado, no dia 21 de novembro de 1963, recebeu o nome de Irmã Leonella. Este tempo a ajudou a fortalecer sua opção, toda comprometida com Deus e a missão Ad Gentes, assim como queria o Bem-aventurado José Allamano.
Em 22 de novembro de 1965, fez sua primeira profissão religiosa. A seguir foi enviada para a Inglaterra para estudos de enfermagem. Depois de completar seus estudos, em 1970 foi enviada para o Quênia, onde fez sua profissão perpétua em 19 de novembro de 1972. Trabalhou com entusiasmo missionário nos hospitais diocesanos do Quênia e na formação de jovens enfermeiras e enfermeiros.
Em 1993, foi nomeada Superiora Regional no Quênia, serviço que desempenhou com entusiasmo e coragem durante seis anos.
Ao terminar esta missão, foi-lhe pedido colaborar na organização de uma escola de enfermagem na Somália. Dispôs-se prontamente, mesmo sabendo que os desafios e perigos eram muitos, por causa da crescente pressão do fundamentalismo islâmico contra os cristãos. Entre os fundamentalistas islâmicos havia suspeita que irmã Leonella, através da escola, fizesse proselitismo, formasse cristãos.
No dia da entrega do diploma ao primeiro grupo de enfermagem, os formandos quiseram usar a toga. O fato desencadeou a reação daqueles que procuravam um pretexto para eliminá-la. Começaram insinuando que irmã Leonella estava convertendo os estudantes para o cristianismo, pois já se vestiam como os ‘padres’.
Domingo, 17 de setembro de 2006, no final das aulas, quando ela saia da escola e se dirigia para casa, ao chegar ao portão ouviu-se tiros: sete balas a atingiram. Irmã Leonella foi ao chão. Levada ao hospital, antes de morrer, com um fiozinho de voz, disse: “Perdoo, perdoo, perdoo.”