Trabalhadores no Brasil têm condição cada vez mais precária.
Por Cristiane Murray
O mundo do trabalho, nos últimos cinquenta anos: “Da Populorum Progressio à Laudato si. O trabalho e o movimento trabalhista no centro do desenvolvimento integral, sustentável e solidário”. Este é o tema do encontro que se encerra nesta sexta-feira (24/11), com a presença do Papa Francisco, no Vaticano, organizado pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
Objetivos, análise e propostas
Expoentes dos principais sindicatos do mundo, especialistas no campo das ciências sociais, delegações de mais de 40 países e representantes de movimentos cristãos de trabalhadores participaram de dois dias de debates, visando abrir uma reflexão e pensar agendas que priorizem a pessoa e sua dignidade, e políticas públicas voltadas ao seu desenvolvimento material e espiritual.
Para o Cardeal Peter Turkson, Presidente do dicastério organizador, é necessário promover um trabalho digno com a colaboração dos sindicatos. “O fato que a tecnologia subtraia trabalho ao ser humano é um desafio para o mundo moderno. O risco é que homens e mulheres façam um trabalho ‘escravizado’...
Carmen Foro é a representante do Brasil no Seminário. Ela é a vice-presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores, CUT. “Este encontro é de fundamental importância para os desafios que temos na humanidade neste último período. Trazemos aqui a nossa experiência enquanto CUT no Brasil, as nossas lutas, e a vontade de sairmos muito mais fortalecidos para enfrentar a perversidade do capital no último período e organizar cada vez mais os trabalhadores”.
“A realidade dos trabalhadores brasileiros hoje é grave, de retrocesso absoluto de tudo o que conquistamos até este momento. No Brasil, hoje há a aprovação e a aceitação do trabalho escravo pelo governo. Há destruição do Estado, das leis do trabalho, a tentativa de reformas que retiram um conjunto de direitos e o mais grave para nós, neste momento, é que a população pobre: negros, jovens, mulheres, estão sendo os mais afetados. Estamos aqui porque sentimos que é preciso somar desejos de mudanças , que o nosso coração continue cheio de vontade de transformar a realidade social de meu país e do mundo todo”.
“O Papa Francisco é um ícone na história do mundo; ele será um parceiro fundamental do movimento sindical internacional e das organizações sindicais, porque sua palavra tem alcance profundo e porque a Igreja Católica pode e muito contribuir com o processo de transformação que o mundo precisa neste momento”, afirma Carmen.