Ministérios e serviços dos leigos na Igreja

A Igreja tem milhares de comunidades espalhadas pelo mundo inteiro. Nelas, leigos se colocam a serviço das pessoas.

Por Rodolfo Luís Weber*

A Igreja, por natureza, existe em função da sua missão. Ser um sinal, um sacramento de salvação para seus membros e para toda a humanidade. O mês vocacional convida a olhar a vida cristã como vocação. A graça batismal faz do batizado pedra viva da Igreja, membro do Povo de Deus e alguém corresponsável pela concretização da missão eclesial.

Para ser Povo de Deus, a Igreja necessita de uma variedade de serviços, carismas, ministérios e a participação efetiva de seus membros. São dons e carismas suscitados pelo Espírito Santo que os concede a quem quiser. Lembramos o ministério ordenado - diácono, padre e bispo - a vida consagrada e, neste final de semana, a missão dos leigos.

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A Igreja tem milhares de comunidades espalhadas pelo mundo inteiro. Nelas, leigos colocam-se a serviço das pessoas da comunidade e de outras pessoas não pertencentes a ela. Serviço ministerial que é oriundo da fé em Deus e do amor ao próximo. Quase cem por cento são voluntários. As modalidades destes ministérios são muito variadas, alguns reconhecidos, outros confiados, alguns instituídos. Uma grande diversidade, mas que sempre tem por preocupação a manutenção da unidade. Pois a fonte do dom, que é Deus, é o mesmo e o concede em vista do bem comum.

Há o ministério da Palavra. Destacam-se nesta missão os catequistas. Pessoas que assumem o chamado com entusiasmo e como realização de sua vocação batismal. Eles têm a alegria conduzir, desde crianças a adultos, a Jesus Cristo e iniciá-los na vida cristã e a unirem-se à Igreja. A maioria das catequistas são senhoras. Enquanto transmitem ensinamentos da fé, também têm atitudes maternas. Transformam a fé em gestos de amor e acolhida. Quantos não recordam com saudade e gratidão a catequista da primeira comunhão e da crisma?

Há o ministério do governo. É o serviço da coordenação das comunidades eclesiais. Pessoas dedicadas que formam Conselhos Pastorais Paroquiais, Conselhos Econômicos, diretorias. Estão preocupadas em cuidar do patrimônio e que ele sirva para as celebrações litúrgicas, para as festas, para a convivência dos membros da comunidade.

Há o ministério profético, que tem sempre a marca do anunciar o projeto do Reino de Deus e denunciar as violações da dignidade humana. São muitas pessoas envolvidas nas Pastorais Sociais. O documento conciliar Gaudium et Spes, afirma: “É a pessoa humana que deve ser salva. É a sociedade humana que deve ser renovada”. Existe uma variedade de pastorais sociais: Pastoral da Criança, Pastoral da Pessoa Idosa, Pastoral Carcerária, Pastoral da Terra, Pastoral do Migrantes, Pastoral da Saúde, etc. É um serviço de caridade.

Há o ministério da liturgia. Ressaltamos os serviços ligados à celebração dos sete sacramentos. Pessoas dedicadas que criam um ambiente orante e ajudando outros a rezarem. Quantos músicos que, com suas letras e composições, fazem cantar os mistérios divinos. Nas liturgias temos instrumentistas e cantores que ajudam a assembleia cantar e em outros momentos cantam na assembleia. A missão dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão que colaboram na distribuição do Corpo de Cristo na missa e também levam Corpo de Cristo às pessoas impossibilitadas de participarem da eucaristia.

Estes são apenas alguns exemplos da importância serviço ministerial dos leigos na Igreja. Porém, é a presença e a atuação no mundo que os cristãos leigos são “sal da terra e luz do mundo (Cf. Mt 5,13-14)”. Lá, vivem e agem guiados pelo Espírito do Evangelho.

*Dom Rodolfo Luís Weber é arcebispo de Passo Fundo, RS.

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