Dia dos Avós

No dia 26 de julho a Igreja recordou São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria. Olhar para eles desperta sentimentos de respeito, gratidão e de grande estima. Os avós de Jesus.

Por dom Rodolfo Luís Weber*

No dia 26 julho a Igreja recordou São Joaquim e Santa Ana, pais de Maria. Também foi o Dia dos Avós. Olhar para eles desperta sentimentos de respeito, gratidão e de grande estima. O nosso tempo é marcado mudanças profundas e rápidas: na tecnologia, no modo de organizar a vida, nos critérios de compreensão, nos valores herdados.

Parabens-aos-avósUm olhar superficial e parcial pode estabelecer conflitos entre os avós e o nosso tempo. É verdade que parte dos avós são idosos, doentes; outros não dominam as novas tecnologias; outros questionam, por palavras ou pelo estilo de vida, o modo frenético do viver contemporâneo. Esta diferença dos avós em relação aos netos e bisnetos não se constitui um problema, mas uma oportunidade de mútuo crescimento.

Os avós são uma presença importante por carregarem o tesouro da experiência de vida. São longos anos que proporcionaram as mais variadas vivências e a administração das mais diferentes situações. Tudo isso não traz receitas prontas para o presente, mas possibilitou maturidade, sabedoria para quem as viveu. Os avós são para geração jovem fonte de ajuda, por isso merecem ser escutados.

Muitos avós, nisto incluímos também tantos que são idosos e não são avós, empregam generosamente seu tempo e talentos para o serviço voluntário. Tantas comunidades são lideradas e cuidadas por pessoas idosas. Outras dedicam seu tempo ao serviço da caridade. Nem podemos esquecer o que acontece no âmbito familiar. Inúmeros avós cuidam dos netos, “transmitindo com simplicidade aos mais pequeninos a experiência de vida, os valores espirituais e culturais de uma comunidade e de um povo”, disse o papa Francisco.

A presença dos avós junto aos netos educa para o cuidado com a vida e para mudanças que o corpo humano vai sofrendo com o passar dos anos. Este sinal é mais forte, quanto mais debilitados fisicamente forem os avós e se algum deles já faleceu. Em nosso tempo, temos uma mistificação da força física e da aparência como sinônimo de qualidade de vida. São valores importantes, mas relativos. O declínio físico não se aplica as outras situações existenciais, pois os valores imateriais, como o valor da vida, do cultivo de grandes ideais, do crescimento cultural e espiritual, não conhecem limites de idade.

O tempo presente que vive o encantamento pelo passageiro, a presença dos avós é uma recordação viva que um novo tempo não é fruto do acaso e nem pode ser vivido pelo gosto da simples novidade. Não é possível construir nada de novo, que seja sólido, sem a valorização das gerações anteriores. A nossa cultura ocidental necessita dar muitos passos para deixar-se enriquecer com a sabedoria dos avós, dos idosos. É sábio respeitar a sua condição e possibilitar uma participação ativa.
Deus seja louvado pela existência dos avós.

*Dom Rodolfo Luís Weber é arcebispo de Passo Fundo, RS.

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