A liturgia católica celebra no dia 29 de junho, ou no domingo seguinte, os apóstolos São Pedro e São Paulo.
Por Dom Rodolfo Luís Weber*
A liturgia católica celebra no dia 29 de junho, ou no domingo seguinte, os apóstolos São Pedro e São Paulo. São dois personagens fundamentais na história do cristianismo e da Igreja. No mesmo dia, a Igreja convida os fiéis católicos a rezarem pelo papa, o sucessor de São Pedro. Além de ser um dia de oração, também é dia de reflexão sobre o serviço papal.
Onde reside a grandeza de São Pedro e São Paulo? Por que são recordados depois de tanto tempo? A distância do tempo pode levar à ilusão de que estamos diante de personagens que nasceram prontos.
Porém, as poucas palavras escritas sobre suas vidas revelam, claramente, profundas mudanças nas escolhas, na adesão ao projeto de Jesus Cristo e no exercício da missão. Ambos foram se convertendo de tal modo que Jesus Cristo se tornou o centro de suas vidas. Diante da insistente pergunta de Jesus (cf. João 21, 15-18) “Simão, filho de João, tu me amas”? Pedro responde: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo. Jesus lhe disse: cuida das minhas ovelhas”. São Paulo, depois de anos de ministério apostólico, confessa, escrevendo aos Filipenses 1,21: “Para mim, de fato, o viver é Cristo e o morrer é lucro”. Pedro e Paulo marcam a história por causa desta opção de vida.
O papa Francisco é o papa de número 266. Muitos papas foram canonizados, outros exerceram com dignidade e competência a missão e alguns não foram dignos e fiéis ao cargo. A exemplo de São Pedro e São Paulo, cada papa tem uma história de vida pessoal: uma origem familiar, uma nacionalidade, um processo formativo, um contexto histórico. Nenhum deles nasceu pronto e nenhum foi perfeito.
Tendo como referência os apóstolos Pedro e Paulo e a história da Igreja, duas características foram e são fundamentais nos papas: homens de profunda fé e de um grande zelo pastoral. Os papas que viveram deste modo, hoje são reconhecidos e elogiados. Para exemplificar, fica mais fácil falar dos papas recentes. Na agenda diária destes papas, o tempo e o espaço dedicado à oração, à celebração eucarística diária e aos exercícios espirituais não cede espaço para audiências com personalidades religiosas ou civis. Cultivam a intimidade com Deus diariamente. É só observar como os papas se comportam nas grandes celebrações públicas. Não entram como astros que atraem sobre si a atenção, pois tem consciência que devem apontar para quem é maior e a quem estão servindo.
Como segunda característica é o zelo pastoral e para exercê-lo é preciso estar com os pés no chão, no tempo presente. Conduzir a Igreja, num mundo tão vasto e plural, exige muita sabedoria e determinação. A missão fundamental da Igreja é evangelizar e esta tem inúmeros desafios internos e externos. Os papas com suas palavras e exortações apostólicas oferecem caminhos seguros. Também, o pastoreio envolve a organização estrutural da Igreja, que constantemente necessita ser revisada e corrigida. Envolve a escolha de pessoas ou a remoção de pessoas que não estão no rumo certo, tarefa sempre complexa e, muitas vezes, conflitiva. Não pode faltar a atenção e o posicionamento diante dos grandes acontecimentos e problemas do mundo.
O papa Francisco é exemplar na fé e na pastoral. Isto alegra a Igreja Católica e, certamente, muitas pessoas que comungam do mesmo ideal.