Terras indígenas em Roraima na mira de muitos

O Capítulo geral dos Missionários da Consolata,que se realiza a cada 6 anos, encerrou-se em Roma, no dia 20 de junho e os participantes começam a retornar a seus países.

Por Rádio Vaticano
Foto: Jaime C. Patias

Pe. Manuel Loro é espanhol de Córdoba e Coordenador dos missionários na Amazônia. Lá, 18 missionários da Congregação trabalham com outras realidades da Igreja junto aos indígenas Macuxi e Yanonami, no estado de Roraima, conscientizando-os sobre seus direitos, sobretudo em relação à posse da terra.

Ouça a entrevista com Pe. Manuel:


manuel_loro“Tem toda uma parte de luta pela terra, que eles já conseguiram; mas sempre tem gente que quer entrar e fazer retroceder os processos que já conseguiram ganhar na justiça. Há muitos interessem em nível de mineração, de terras para o gado, tantas outras coisas pelas quais o grande capital quer entrar nestas terras, porque são muito ricas”.

A conquista é dos índios

“Foram eles que conseguiram as terras, não foi a Igreja, como alguns dizem. A Igreja esteve como base para se organizarem, para que eles tomassem suas decisões, para abrir os olhos deles e dizer: ‘olha, vocês têm direito, segundo a Constituição brasileira’. E pouco a pouco conseguiram”.

Luta de interesses maiores

“O Estado, os políticos, têm muitos interesses também nas terras. Eles são políticos para conseguir outros privilégios em seus interesses, seja nas empreiteiras, seja no campo, a nível de latifúndio... privilégios que eles conseguem através da política. Mas realmente, no fundo, não é a política que lhes interessa, mas a mineração, as terras, as fazendas, tudo isso”.

Como sobrevivem as comunidades

Ali, as famílias possuem a sua ‘roça’, ou seja, a horta onde cultivam macaxeira, milho, para a sua subsistência; e recebem também a bolsa-família. Como é comum ouvir, a maior dificuldade para os missionários que atuam na Amazônia é a distância entre as comunidades.

Escassez de padres e distâncias, maiores dificuldades

“Nós temos um padre para 45 comunidades... é muito difícil. Existem lugares onde precisamos ir de carro, depois pegar um cavalo e depois caminhar até chegar à comunidade. Então, às vezes elas ficam um ano sem ser visitadas. Outras ficam mais perto das estradas ‘de chão’ e quando não chove, pode-se visitar mais vezes... mas a expansão é tão grande e nós, missionários, somos poucos”.

Fonte: br.radiovaticana.va

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