A missão do papa aqui na terra, entendida pela palavra “ponte”, na sua importância, é ligar uma margem a outra de um rio, ou seja, aproximar a humanidade de Deus.
Por Geovane Saraiva*
Convém sempre recordar que, para nós, católicos, “papa” é sempre o nome mais comum e mais usado, quando falamos do Santo Padre, que, em grego, quer dizer “pai”: pai dos amigos de Jesus e de todos aqueles que abraçam a fé, no desejo de viver e de ser coerente com o seu compromisso batismal, realizando a vontade do Pai, em uma bela e rica experiência do amor de Deus, ao seguir a Jesus de Nazaré.
No decorrer da história da Igreja, como comentamos anteriormente, os cristãos aprenderam a chamar o Papa de vários títulos, tais como: Vigário de Cristo na Terra, Pastor Universal, Romano Pontífice, Sumo Pontífice, Augusto Pontífice, Sucessor de Pedro, Príncipe dos Apóstolos, Santo Padre, Sua Santidade, Chefe Visível da Igreja, Patriarca do Ocidente, Primaz da Itália e ainda Servo dos Servos de Deus. Temos, aos domingos, a tradicional oração mariana do Angelus, na Praça de São Pedro, quando o Augusto Pontífice exorta-nos, e dessa vez a partir do espírito das bem-aventuranças, dizendo-nos sobre a missão da Igreja, confiada a Francisco, de ligar a terra ao céu: “Os pobres, no sentido evangélico, surgem como aqueles que têm em vista a meta do Reino dos Céus, fazendo entrever que este é antecipado, em semente, na comunidade fraterna, que privilegia a partilha do ter”.
Somos convencidos de que o múnus do Sucessor de Pedro, que lhe foi confiado por Deus, é o de fazer de verdade uma estreita sintonia, confundindo-se céu e terra, numa misteriosa troca de dons. Que a humanidade não se afaste das vivas palavras e do testemunho do Papa Francisco, reavivando o dom da fé, o de avançar para águas mais profundas - Duc in Altum (cf. Lc 5,1-10), orientados pela palavra segura, fecunda e esperançosa do nosso querido Chefe Visível da Igreja, representante de Cristo aqui na Terra (cf. Mt 16, 18).
As doces, ternas e afáveis palavras do Romano Pontífice estão voltadas para a expressão “construir pontes”, resumindo e deixando clara sua missão aqui na terra, entendida pela palavra “ponte”, na sua importância, ao ligar uma margem a outra de um rio. Que o ensinamento do Romano Pontífice venha com a força com que o Evangelho convoca a todos, no sentido de perceber que o “pobre em espírito é o cristão que não confia em si mesmo, nas suas riquezas materiais, não se obstina nas suas opiniões pessoais, mas escuta com respeito e segue respeitosamente as decisões de outros”.
Peçamos a graça de sempre, e cada vez mais, não só compreendermos a expressão “construtor de pontes”, mas de vivenciá-la no dia a dia, colocando-a como nossa, indicando, na sua profundidade, mais que um simples pedido, e sim um apelo de oração fervorosa de súplica, deixando claro que a misericórdia é o segundo nome do amor de Deus, segundo a ordem de Jesus: “Quando fizestes a um destes meus irmãos pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25, 40).