Quando uma simples bicicleta faz toda a diferença

Na República Democrática do Congo, a bicicleta é um importante meio de locomoção.

Por Francisco Pedro

No mundo tecnológico em que a generalidade da sociedade dita desenvolvida está mergulhada, uma bicicleta será apenas mais um artigo desportivo, de diversão ou de lazer. Mas na República Democrática do Congo, ainda é um importante meio de locomoção.

zambia1-629x419Imagine uma zona de floresta densa, atravessada por trilhos sinuosos, esburacados na época da seca, enlameados no tempo das chuvas. Agora imagine-se a fazer esse caminho a pé, todos os dias da semana, muitas vezes na companhia apenas dos sons da selva, durante o tempo suficiente para cumprir entre seis a 20 quilômetros. Parece um mero desafio, fruto da imaginação? Puro engano. Esta é a realidade que enfrenta a maioria dos professores do ensino básico e secundário da região de Neisu, na província oriental da República Democrática do Congo (RDC).

E é aqui que entra a importância da bicicleta. Se a tiverem, os docentes podem chegar às aulas a horas, menos cansados e mais disponíveis para ensinar. Por outro lado, ao fim de semana e nas férias podem emprestá-la aos familiares, para que possam transportar os produtos agrícolas da aldeia para o mercado ou do mercado para aldeia, e assim assegurarem o sustento do lar. A pedaleira tem ainda a vantagem de não necessitar de combustível e requerer pouca manutenção. O problema é comprá-la. É necessário importá-la de Uganda e o negócio não se consegue fechar por menos de 160 euros por unidade.

E é aqui que entram em cena os missionários da Consolata que trabalham na missão de Neisu. Os religiosos criaram um projeto, orçado em 26 mil euros, que tem como objetivo final a compra de bicicletas para fornecer a cerca de 160 professores. Os primeiros 3.500 euros já chegaram, pela mão de uma benfeitora privada, e permitiram a aquisição de duas dezenas de velocípedes, que foram distribuídos pelos docentes mais pobres e mais distantes dos estabelecimentos de ensino, explicou o missionário italiano Rinaldo Do, um dos responsáveis pela campanha.

Fonte: Fátima Missionária

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