O Natal e seus símbolos II

No segundo artigo sobre os símbolos do Natal, arcebispo de Passo Fundo fala sobre a Coroa do Advento e a Árvore de Natal.

Por Rodolfo Luis Weber*

O presente texto é uma continuação do anterior, do dia 25 de novembro, que reflete sobre o Natal e os seus símbolos. Os símbolos natalinos nascem para destacar a grandeza histórica do Natal e o seu significado para os seguidores de Jesus Cristo. Pelo fato de serem símbolos, são conhecidos e não necessitariam de explicação. Recordar aquilo que parece óbvio não faz mal, pelo contrário: ajuda evitar distorções. A maioria dos símbolos do Natal tem a sua origem nos países nórdicos. Nesta época do ano estão vivendo o inverno. Isto gera algumas dificuldades e, por isso, sofrem alguns ajustes e adaptações em outros ambientes culturais e climáticos.

coroa_do_advento2A Coroa do Advento tem como elementos principais o verde e a luz. Trata-se de uma coroa, em geral feita de ramos verdes, enfeitada com quatro velas, envolta em uma fita vermelha. As velas são progressivamente acesas nos quatro domingos do tempo litúrgico do Advento. Em muitos ambientes é colocada nas portas e, com isto, não é possível colocar as velas. Universalmente a coroa simboliza o triunfo e a recompensa pela vitória conquistada. Vale lembrar os jogos Olímpicos de Atenas 2004 onde os vencedores, além de receberem a tradicional medalha, também eram coroados com uma coroa de ramos de oliveira.

Assim também o mistério que a Coroa do Advento pretende revelar é muito rico. O círculo quer simbolizar o tempo, desde a criação do mundo até o fim dos tempos. As velas, isto é, a luz do mundo vai iluminando sucessivamente esse tempo da história. O tempo da criação, a 1ª vela; a ação libertadora de Deus na história do povo de Deus no Antigo Testamento, na 2ª vela; o aparecimento do próprio Deus na história em Jesus Cristo, na 3ª vela; e Jesus Cristo presente no hoje da história da Igreja e da humanidade até o fim dos tempos, na 4ª vela.

A Coroa do Advento também simboliza as alianças de Deus com a humanidade e da humanidade com Deus. Nas escrituras são apresentadas várias alianças: com Noé, com Abraão, com Moisés no Sinai e por fim através Jesus Cristo é feita a nova e eterna aliança e que hoje se renova. Recordando essas alianças do passado, a comunidade vai preparando sua aliança a ser renovada no santo Natal. A fita vermelha que vai envolvendo a coroa lembra estas alianças. As alianças se realizam pelo sangue, expressão de amor até a morte, como foi a aliança definitiva em Cristo Jesus.

A Árvore de Natal, geralmente da família das cuneiformes, é uma das poucas árvores que conservam o verde nos invernos mais rigorosos. A neve cai, e pelo seu formato, ficam apenas flocos em suas folhas. Tem, pois, uma força muito grande para representar a vida que vence a morte, representada pelas árvores que perdem suas folhas e toda a natureza que parece morrer no inverno.

Esta árvore que é enfeitada de luzes, de vários enfeites e presentes que representam os frutos e até de neve. É a árvore da vida e da felicidade. Torna-se fácil descobrir nela a árvore da vida do paraíso. Representa também a árvore que carregou a Jesus no calvário, isto é, carregou a vida e a luz do mundo. Não podemos separar o Natal e a Páscoa por serem complementares.

O verde, da coroa e da árvore, que não de desfaz, representa a vida de Deus na história da humanidade. É a esperança que não pode faltar. A esperança salva por provocar o movimento e a busca de saídas para uma situação melhor.

* Rodolfo Luís Weber é arcebispo de Passo Fundo, RS.
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