A salvação que nos é oferecida é a grande verdade e o eixo da vida dos cristãos.
Por Geovane Saraiva*
Como é maravilhoso olhar para aquele que constantemente está ao lado da criatura humana, nas alegrias e esperanças, tristezas e angústias da vida, amando cada pessoa com amor eterno, na sua missão libertadora e redentora. Ele é o Filho de Deus, que desceu do céu e veio morar entre nós, desejando revelar a vontade do Pai, estabelecendo-se no meio de seu povo. Não quer só conversar com cada pessoa, mas demonstrar toda a força de seu amor inexprimível e infinito, doando sua própria vida pela realização plena da humanidade: a salvação.
A salvação que nos é oferecida é a grande verdade e o eixo da vida dos cristãos. Nela renova-se a esperança e aponta-se o verdadeiro sentido da vida, certos de que, pela graça do Senhor ressuscitado, experimenta-se a plenitude em Deus, dom maior da vida humana. Convém aqui nunca se perder de vista o Evangelho dos discípulos de Emaús, na parte central da explicação das Escrituras e no anúncio da ressurreição, na qual encontramos o próprio Jesus ressuscitado, tornando-se irmão, amigo e companheiro de caminhada, ao revelar seu projeto redentor e salvador.
Extasia-nos ver o pecador no templo em adoração a Deus em espírito e em verdade, no caminho seguro e sólido, voltado ao absoluto de Deus, de um modo concreto na oração. Evidentemente, longe se vangloriar, dizendo a Deus que quase nada tem para colocar, mas, sim, muito para receber, numa súplica sincera e autêntica, consciente de sua bondade, perdão e misericórdia.
O Papa Francisco manifestou aos católicos (23/10/2016), pela força de sua palavra, a “coragem” de sermos missionários e de “resistirmos à incredulidade” no mundo atual. O caminho é muito especial, no seguimento de Jesus de Nazaré, na ótica da fé e no contexto da missão nos nossos dias, de deixar muitas coisas, configurando-nos com Jesus no serviço de Deus e dos irmãos, opção compreendida como dom e graça de Deus.
Numa comparação com os dois discípulos de Emaús, muitas vezes, ficamos desiludidos e perplexos, tristes e desanimados, como se a vida não tivesse mais sentido. Mas Cristo, um anônimo e estranho viajante, tornou-se companheiro de caminhada. A presença de Jesus causou no coração deles algo diferente, tão forte, a ponto de provocar-lhes uma mudança radical de vida (cf. Lc 24,13-35). Amém!