Encontro Nacional em preparação ao 22º Grito dos Excluídos

De 13 a 15 de maio, articuladores e articuladoras de todo o Brasil estarão reunidos em São Paulo, para formação sobre o Grito dos Excluídos deste ano.

Por Rogéria Araújo

Articuladores e articuladoras de todo o Brasil se reúnem nos próximos dias 13, 14 e 15 de maio no Encontro Nacional de Articulação do 22º Grito dos/as Excluídos/as Nacional, que acontecerá no Centro de Formação Sagrada Família, em São Paulo. Com o lema “Este sistema é insuportável: exclui, degrada e mata” e tema “Vida em primeiro lugar”, o encontro contará com a contribuição do Padre Alfredo Gonçalves, ex-assessor das Pastorais Sociais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que aprofundará o conteúdo do lema.

gritoexcluidos1A proposta é que durante estes três dias o evento seja um espaço de formação, informação, encontro e reencontro de articuladores, além de momento de animação, articulação e estudo. “Temos a oportunidade de sempre avaliar o ano anterior, estudar o lema do ano e se organizar para as atividades que acontecerão durante todo o ano, já que trabalhamos com a ideia de que o Grito é um processo e não só um evento que acontece no dia 7 de Setembro”, afirma a Secretaria Nacional do Grito.

Conjuntura

Ainda de acordo com a Secretaria, a atual conjuntura política por qual passa o Brasil, mostra que esta vigésima segunda edição do Grito dos/as Excluídos/as do Brasil – como processo – está no caminho correto da denúncia, da mobilização dos mais necessitados, e a busca por um outro modelo de sociedade menos excludente.

“Ao longo de 22 anos em nossos objetivos, geral e específico, sempre construímos ações de fortalecimento e mobilização das pessoas nas lutas sociais do dia a dia no seu local de atuação. Denunciamos as injustiças e os efeitos causados pelo modelo econômico neoliberal e excludente, a concentração da renda nas mãos de poucos, os efeitos do pagamento da dívida interna e externa para a população e contra a privatização das empresas nacionais. Sempre estivemos exigindo do Estado a garantia e acesso aos direitos básicos como saúde, transporte, segurança, alimentação saudável, água potável, energia, saneamento básico e moradia”, complementa.

O lema

O lema do Grito nasceu, este ano, a partir de uma afirmação do Papa Francisco. Assim, se chegou a “Este sistema é insuportável: exclui, degrada e mata”. Segundo o Grito, é notório que nos momentos de crise, seja política, econômico-social, que estes sistemas não suportam as mulheres, os pobres, os negros, os excluídos da sociedade. Dessa forma, sempre alguém será violado de diferentes formas, seja excluído, exterminado, ausente dos direitos básicos.

O lema perpassa, então, pelas várias crises, inclusive a humanitária. Cada vez mais se vive em guetos, se alimenta a intolerância, se destroem os valores humanos. E a engrenagem do sistema passa por cima de quem não compactua com as regras de sobrevivência e da própria vida em sociedade. “O lema este ano é bem desafiador. Vamos botar o povo na rua e denunciar as mazelas desta sociedade excludente em que vivemos”, ressalta a Secretaria Nacional.

Encaminhamentos

A reunião nacional de articuladores e articuladoras é um passo concreto para o início das atividades que acontecerão ao longo do ano em todas as localidades. Os/as participantes saem deste encontro e realizam partilhas em suas comunidades, cidades e locais em que atuam. A partir daí, começam as organizações de acordo com cada realidade, podendo serem realizados encontros regionais, a depender das demandas.

Também é neste Encontro Nacional que será apresentado o hino do Grito dos/as Excluídos/as 2016 para adequação e sugestões de alteração, caso seja necessário. O cartaz – que já está pronto – foi escolhido através de um concurso, num processo onde os articuladores elegeram o que mais representava o tema e o lema do Grito. Ele também será apresentado e distribuído neste encontro.

O Grito

O Grito dos/as Excluídos/as se propõe como um processo político e de atuação firme em favor de todos os povos oprimidos e excluídos historicamente no Brasil. Há 22 anos, esta articulação tem levado milhares de pessoas às ruas para denunciar uma série de violações. As manifestações acontecem na Semana da Pátria, com ponto máximo no dia 7 de Setembro – Dia da Independência do Brasil. O Grito coloca, assim, uma reflexão sobre que tipo de independência temos hoje no Brasil e qual a real independência que queremos.

Fonte: Rede Jubileu Sul Brasil

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