Quaresma, tempo especial da revelação da bondade e da ternura misericordiosa de um Deus paciente, que caminha conosco.
Por Geovane Saraiva*
Quaresma, tempo especial da revelação da bondade e da ternura misericordiosa de um Deus paciente, que, de acordo com o Livro Sagrado na parábola da figueira estéril, acolhe a proposta do agricultor, ao oferecer-lhe mais um pouco de tempo, dizendo-nos que tem paciência para conosco, mas que está ao nosso lado, querendo ver a nossa utilidade e os bons frutos (cf. Lc 13, 6-9).
O Papa Francisco, na Praça de São Pedro, no horário do meio-dia (28/02/2016), diante de milhares de fiéis, asseverou: “Deus não manda desgraças para nos castigar; Ele nos convida a mudar o coração, a dar uma guinada no caminho de nossas vidas, a deixar de lado os compromissos com o mal e as hipocrisias e a percorrer com decisão o caminho do Evangelho. Nunca é tarde demais para se converter. É urgente, é hora!” Deus nos dê a graça de mais e melhor compreendermos o insondável mistério do qual somos chamados a participar, inspirados no Sumo Pontífice, sem jamais nos esquecermos de nos colocar solidários ao pé da Cruz, identificados com Maria, mãe solícita e generosa servidora.
Nossa tarefa é a de perceber o quanto é urgente a conversão do coração, dentro do contexto dos três anos da eleição do Papa Francisco; como ele tem sido exaustivo nos exemplos e atitudes, indicando que nós cristãos – discípulos do Senhor – somos convidados a assumir também uma postura de humildade, no serviço e no despojamento, colocando-nos ao lado do povo aflito, frágil e sofredor: os pobres, os doentes, os fracos, os presos. Também os que sobram e são excluídos e mesmo nem visto são, em uma sociedade hedonista e consumista que se diz cristã. A humanidade precisa ter clareza e colocar bem diante dos olhos e no coração a lei de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Nova Lei: “Que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (cf. Jo 13, 34).
Contamos com a enorme empreitada, dentro da proposta salvífica do Filho de Deus, na clareza da doação generosa, a partir do mistério da cruz do Filho de Deus. Ela é imprescindível e decisiva para a realização da humanidade, mesmo consciente da resistência de não aceitação e mesmo não se admitir a cruz como redentora e libertadora. Que o grande sonho de Deus Pai, a nós ofertado no Evangelho de Jesus, seja aquele de sempre mais termos diante dos olhos, na mente e no coração, a possibilidade de realização da criatura humana, já aqui neste mundo e no mundo futuro, a esperança de vermos novas todas as coisas. Assim seja!