O bispo de Rondonópolis-Guiratinga (MT) e presidente da Comissão Episcopal para Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, dom Maurício da Silva Jardim, realiza desde o dia 18 de junho visitas missionárias na arquidiocese de Nampula e na diocese de Pemba, ambas no norte de Moçambique. A visita, que segue até o dia 29 de junho, conta também com as presenças do padre Sérgio Zanon e da leiga Márcia Moraes Videira, ambos da diocese de Rondonópolis-Guiratinga.
Na arquidiocese de Nampula, dom Maurício visitou as paróquias São Paulo Apóstolo de Larde e São Miguel Arcanjo de Micane, onde viveu a experiência como presbítero enviado pelo regional Sul 3 da CNBB em 2008.
Atualmente na equipe missionária atuam dois padres, uma leiga e um leigo do Rio Grande do Sul e um padre do regional Sul 4 da CNBB, que está abrindo novo projeto de Cooperação Missionária. Entre os projetos que a equipe missionária acompanha está o lar vocacional, que atualmente acompanha 14 vocacionados. O lar foi inaugurado em 2009 e já deu seus primeiros frutos: uma ordenação e profissão religiosa.
Nas duas paróquias atendidas pela equipe missionária do regional Sul 3 e Sul 4, tem 27 seminaristas, o que aponta para um caminho de esperança”, diz dom Mauricio.
Em Nampula, dom Maurício também se encontrou com o arcebispo dom Inácio Saúre e com os missionários brasileiros que partilharam as alegrias e desafios de suas vidas missionárias.
Já na diocese de Pemba, na Província de Cabo Delgado, região que vive o sétimo ano de conflito armado, com mais de um milhão de pessoas deslocadas de seus territórios, dom Maurício Jardim realizou encontro de escuta com doze missionários brasileiros de diferentes congregações religiosas.
Como experiência, dom Maurício destacou que “os missionários brasileiros, presentes neste local de conflito, estão dando grande testemunho de fé e esperança para o povo das comunidades que vivem a insegurança neste clima de ataques e tensões”.
O bispo de Pemba, dom Juliasse Ferreira Sandramo, relatou que nestes tempos de conflito não faltam testemunhos dos missionários brasileiros e dos cristãos leigos nas comunidades. “Um exemplo disso é que diante dos ataques e destruição das aldeias muitos cristãos leigos recorreram às igrejas para buscar a Eucaristia e preservá-las da destruição”, disse.
Na diocese de Pemba, em 2017, eram 29 missionários brasileiros, hoje são 16, pois 23 voltaram ao Brasil, seis permaneceram e dez novos chegaram. Dom Juliasse, mesmo ciente de que a província do Cabo Delgado não é um atrativo para os missionários nestes tempos de conflito, faz um apelo pela necessidade e continuidade da cooperação missionária da Igreja do Brasil com Pemba.
'Acredito que esta visita trará frutos de continuidade e ampliação da cooperação missionária da Igreja do Brasil com Moçambique', afirma dom Maurício Jardim.