A Pastoral Afro-brasileira da Paróquia Senhor do Bonfim, Nova Iguaçu, RJ, celebrou em março, o Dia Mundial da Mulher, lembrando a luta de todos os dias de todas as mulheres.
de Wilson Gervace Mtali
O mês de março é considerado da mulher por causa do dia 8, quando se celebra o Dia Mundial da Mulher, por isso é o mês marcado por várias atividades relacionadas à sua luta.
O Dia da Mulher não é somente o dia de celebrar conquistas que as mulheres têm conseguido ao longo da história, mas é também de reflexões sobre a condição de muitas mulheres hoje depois de mais de 115 anos desde as primeiras manifestações contra as condições precárias do trabalho feminino, em 1909. Ainda hoje muitas mulheres sofrem de várias formas, simplesmente por serem mulheres, mas ao mesmo tempo não se pode negar a verdade que são as mesmas mulheres que sustentam a sociedade a partir da sua dedicação no cuidado da família e trabalho.
A Pastoral Afro-brasileira da Paróquia Senhor do Bonfim não deixou esse mês importante passar sem atuar de alguma forma. No dia 14, o grupo de mulheres da Pastoral organizou um momento de partilha entre elas para marcar o Dia da Mulher. A Pastoral Afro na paróquia conta com a maioria dos membros mulheres, são elas que trabalham incansavelmente para manter em pé a pastoral. É a doação dessas mulheres que sustenta as atividades pastorais, elas doam o seu tempo e o que elas mesmas têm (material). Destaca-se ainda o amor que elas têm pela Igreja. É fato inegável que a Igreja hoje conta com a presença da mulher, sem ela, perde sua força. Todos os grupos pastorais são liderados por mulheres.
Na fala que o pároco padre Urbanus Mulati dirigiu às mulheres, ele afirmou: “a mulher é sinônimo de vida, onde há mulher há vida, a mulher gera e cuida da vida gerada”. De fato, a vida da Igreja hoje depende muito da mulher, ela é catequista, é coordenadora, é ministra, é ela que anima e organiza tudo dentro da comunidade eclesial.
A realidade das mulheres na nossa Paróquia nos faz ainda admirar mais o amor que têm para com a nossa comunidade e dentro da Pastoral Afro. A maioria das mulheres da nossa Paróquia são mães solteiras, que têm que trabalhar muito para sustentar seus filhos, entretanto, as oportunidades de trabalho são distantes, portanto, são obrigadas a ir buscar trabalho no centro da cidade do Rio. Para chegar ao trabalho é outro pesadelo, os meios de transporte precários não facilitam a viagem dessas mulheres, por isso, elas têm que acordar de madrugada a partir das três horas para ir trabalhar. Mesmo com tanta luta para ganhar o pão de cada dia para os seus filhos, elas não deixam de tirar tempo para ajudar o que a Igreja e a Pastoral Afro precisar. Isso mostra a força da vontade da mulher, quando ela quer, faz e as coisas acontecem. Isto é muito evidente na nossa paróquia, pois a vida de todas as mulheres na Baixada Fluminense não é fácil.
Ao celebrar o Dia da Mulher, as mulheres integrantes do grupo da Pastoral Afro lembraram da necessidade de estar sempre com mãos unidas para fazer força pois o que uma mulher passa é a realidade da maioria das mulheres, portanto, a unidade entre elas sempre vai fazer a diferença. Na sua fala, a vice-coordenadora Gilza Rosa Moraes disse “é necessário que cada mulher segure a mão da outra que necessita, mas também é preciso colocar coroa na cabeça da outra no sentido de que cada mulher deve ser animadora para que ninguém se sinta sozinha na luta”.
O dia foi encerrado com café partilhado. A Pastoral Afro-brasileira agradece todas as mulheres que se doam para o bem dos seus filhos, as mulheres que lutam para que tenha o necessário na família. o mundo melhor depende sempre da força da mulher. A Pastoral Afro sempre vai se comprometer na luta pelos direitos e no empoderamento da mulher.
Que Nossa Senhora Aparecida, Mãe Negra, interceda por todas as mulheres!