Assassinatos de jovens indígenas na Bahia expõem a falta de proteção do governo e a luta do povo Pataxó pela demarcação de suas terras
Por Redação
Há meses, o povo Pataxó, localizado no extremo sul da Bahia, tem enfrentado uma escalada de violência que não poupa nem mesmo a juventude da comunidade. Suruí Pataxó, cacique da aldeia Barra Velha, afirma que qualquer um que sair do território está suscetível a morrer.
Somente nos últimos meses, quatro jovens indígenas foram assassinados nas Terras Indígenas (TIs) Comexatibá e Barra Velha do Monte Pascoal. As mortes de Gustavo Silva da Conceição, de 14 anos, Carlone Gonçalves da Silva, de 26 anos, Samuel Cristiano do Amor Divino e Nauí Brito de Jesus, de 25 e 16 anos, respectivamente, geraram preocupação na comunidade.
A demarcação das TIs Barra Velha do Monte Pascoal e Comexatibá está paralisada desde 2009 e 2014, respectivamente. Pressionados pelo agronegócio e pela especulação imobiliária, o povo Pataxó decidiu iniciar a autodemarcação do seu território.
Enquanto lutam pela terra, os Pataxó também sofrem com uma campanha difamatória em grandes meios de comunicação. Por isso, eles cobram do governo federal a proteção de suas comunidades e o avanço na demarcação de suas terras.
“Desde que perdemos nossas terras, estamos igual uma folha seca tocada pelo vento. A gente não tem sossego”, reflete Zé Fragoso, cacique Pataxó da aldeia Tibá. “Sem terra, não tem saúde, não tem educação, não tem vida”, resume Ãgohó Pataxó, liderança da TI Comexatibá. “Queremos andar em nosso território livre”.
O Conselho Indigenista Missionário – Cimi produziu um vídeo em janeiro de 2023 com depoimentos e imagens colhidas no território Pataxó, a fim de dar visibilidade ao problema enfrentado pela comunidade.
Com informações do CIMI