As tragédias da guerra recaem sobre o povo ucraniano e seu território, espaço de uma disputa global.
Por Roberto Malvezzi (Gogó)
Napoleão perdeu a guerra contra os russos e o frio dos arredores de Moscou.
Diz a história que os franceses enviaram 500 mil soldados para o front e retornaram apenas 27 mil. Em 1812 o exército francês recuou reduzido e humilhado.
Na Segunda Guerra Mundial, Hitler também tentou invadir a Rússia. A famosa batalha de Stalingrado durou de 1942 a 1943. Morreram 2 milhões de pessoas. Os nazistas perderam e aí começou a decadência do III Reich.
A Rússia tem sua responsabilidade no ataque ao território ucraniano, porém, se recorda de Napoleão e de Hitler, conhece sua própria história e não quer a OTAN nas suas fronteiras. Com seus 17 milhões de km2, maior país do mundo e vastas riquezas em petróleo, gás e outros bens naturais, a Rússia é grande demais aos olhos dos seus adversários.
As tragédias da guerra recaem sobre o povo ucraniano e seu território, espaço de uma disputa global.
Papa Francisco e Lula são as duas únicas lideranças mundiais que não papagueiam o discurso russo e nem a narrativa ocidental. Por isso, são criticados pelos dois lados. Ambos propõem que os envolvidos sejam capazes de sentar juntos e negociar a paz.
Só os dois querem verdadeiramente o fim dessa guerra geopolítica, que pode abrir as fronteiras da Rússia para o Ocidente imperialista, ou pode conter o ocidente no seu devido lugar. A partir daí, criar um outro polo de poder mundial na aliança com a China, Índia e outros países, objetivo inaceitável para a hegemonia ocidental.
O receio do Papa Francisco é que a persistência dessa guerra se torne a 3ª Guerra Mundial e que ela seja nuclear.
Fico com a paz sonhada por Francisco e Lula!