Milicianos bloqueiam acesso à cidade próxima a capital, deixando refugiados sem comida e abrigo.
Por Agência Fides
A recente onda de violência que atingiu Kivu do Norte, na República Democrática do Congo, levou dezenas de milhares de pessoas a deixar suas casas em busca de refúgio em diferentes áreas da região. Entre elas está a capital Goma, de onde o missionário salesiano, padre Piero Gavioli, compartilhou o testemunho sobre a grave situação de emergência que vive toda a população, especialmente os deslocados. “Os combates das milícias M23 bloquearam o abastecimento à cidade a noroeste de Goma, e fizeram com que os três campos de futebol do Centro Dom Bosco Ngangi se enchessem de abrigos provisórios - afirma o missionário. São cerca de 3.530 núcleos familiares, num total de 26.000 pessoas, das quais 19.000 menores (1.084 meninas e 9.043 meninos). O centro Ngangi não é um centro oficial, por isso é esquecido pelas organizações estatais e paraestatais”.
Em resposta a esta emergência, os salesianos do Centro Dom Bosco Ngangi, com a colaboração de voluntários da ONG salesiana VIS, lançaram uma série de iniciativas. Entre elas, a distribuição de alimentos proteicos a 365 crianças desabrigadas e 357 adultos, e a distribuição de utensílios de cozinha a 300 famílias e lonas de abrigo a 120 famílias. Além disso, com a instalação de torneiras de água, os missionários trabalham na conscientização sobre higiene e saneamento. Na área da saúde, 1.844 pessoas foram atendidas, 84 foram internadas, 32 transferidas e 14 partos realizados. A área recebeu iluminação adequada e um comitê de segurança foi criado no local para evitar abusos. Está também previsto um projeto de acompanhamento psicológico e social da população e, sobretudo, de educação dos muitos menores presentes.