Bispos da Rússia pedem aos fiéis que reconsiderem a Carta do Papa Francisco para a Quaresma de 2023 e se engajem na oração, diálogo e amor ativo para enfrentar a realidade do mundo.
Os Bispos chamam mais uma vez a atenção dos fiéis para a realidade do nosso mundo, para o sofrimento causado pela guerra, violência e desastres naturais. É o que se lê no comunicado de conclusão da 57ª assembleia plenária da Conferência Episcopal da Rússia, realizada na Casa para exercícios espirituais "Betlemme", perto da cidade de Novosibirsk, de 28 de fevereiro a 2 de março. Todos os bispos das quatro dioceses católicas da Federação estiveram reunidos na capital siberiana: o Metropolita da Arquidiocese da Mãe de Deus de Moscou, Paolo Pezzi, e seu auxiliar, Nikolai Dubinin; o ordinário da diocese da Transfiguração de Novosibirsk, Joseph Werth; o ordinário da diocese de São Clemente de Saratov, Clemens Pickel; o ordinário da diocese de São José de Irkutsk, Kiryl Klimovic. Também participaram da assembleia o Núncio Apostólico na Rússia e Uzbequistão, o Arcebispo Giovanni D'Aniello, o conselheiro da Nunciatura, o padre Piotr Tarnawski, e o Secretário da Conferência Episcopal, o padre Stephan Lipke SJ.
No comunicado, os Bispos recordam o sofrimento de tantos homens e mulheres na sociedade contemporânea, especialmente na Ucrânia, Cáucaso, Síria e Turquia, bem como a ferida infligida às pessoas e à sociedade pelas separações, divórcios, violência doméstica, abortos, fome, sem-teto e os que se encontram em situação de indigência. Por isso, os Bispos pedem aos católicos da Rússia e a todas as pessoas de boa vontade que reconsiderem a Carta do Papa Francisco para a Quaresma de 2023, na qual ele nos pede para encontrar o Senhor e o próximo.
A Conferência Episcopal indica três caminhos necessários para caminhar e trabalhar juntos nas condições históricas tão particulares do tempo presente: a oração, acompanhada do jejum e da contemplação do amor que levou Cristo a dar a vida até a morte na cruz e ressuscitar; o diálogo, convidando os fiéis a compartilharem suas preocupações com seus entes queridos e amigos: "Não há cura sem ouvir e levar a sério o que o outro tem a dizer, mesmo que seja difícil entender ou desagradável ou, às vezes, até doloroso"; um amor ativo, seguindo o exemplo dos católicos que vivem no sudoeste da Federação, que prestam ajuda a todos os necessitados, sem discriminação por motivo de crença religiosa, origem e convicções pessoais dos necessitados de ajuda. Além disso, diante de alguns casos de expulsão de sacerdotes e leigos católicos da Federação, a Conferência Episcopal pede ao governo e a todos os fiéis "abertura aos valores evangélicos dos quais a Igreja Católica é portadora, que é uma parte pequena, mas integrante da sociedade russa".
Os Bispos solicitam continuar refletindo.