A Páscoa é a festa central da religião cristã. O ovo é um de seus símbolos, significando a vida.
Por Edson Luiz Sampel
Na Páscoa de 2022 fiz uma experiência interessante. Passo a relatá-la agora. Propus a uns amigos o seguinte teste: dar-lhes-ia uma palavra (páscoa) e eles responderiam com o primeiro pensamento que ocorresse à mente. A maioria disse “ovo”. Gostaria de tecer alguns comentários a respeito da inextricável relação Páscoa – ovo.
O ovo é, aparentemente, um ser inanimado. Todavia, se chocado, com o passar do tempo, de dentro dele sai exuberante pintinho. O túmulo onde jazia o corpo de Jesus Cristo também aparentava a petrificação, mas Jesus ressuscitou e rompeu as barreiras da sepultura. Surge redivivo da casca do jazigo!
A Páscoa é a festa central da religião cristã. Muitos creem que o Natal seja a solenidade mais importante. Enganam-se. A Páscoa ou ressurreição de Jesus é o acontecimento-chave da economia (participação de Deus na história).
A boa notícia pascal é que, se Jesus, verdadeiro homem, ressuscitou, venceu a morte, nós, igualmente, seus discípulos, ressuscitaremos e viveremos para sempre felizes no céu. Não há, pois, motivo para desolação nem para tristeza.
As alegrias da ressurreição começam aqui neste mundo. À medida que construímos uma nova sociedade, consubstanciada na justiça social, preparamos o advento da Páscoa definitiva.
A conversão é uma meta. Com efeito, a largo da quaresma, nós oramos, jejuamos e damos esmolas, com vistas na grande festa da Páscoa. A eucaristia é deveras o ápice e o centro da vida do seguidor de Jesus.
Alimentados pelo pão eucarístico, sentimo-nos fortalecidos para defender os inermes e auxiliar os pobres que precisam de apoio. Nessa caminhada, não pode faltar o sagrado remédio do sacramento da penitência, porquanto somos fracos e, até o óbito, cairemos e levantaremos mil vezes, para usar uma frase cunhada pelo grande profeta dom Helder Câmara, quando definiu a pessoa santa.
Oxalá soubéssemos empregar eloquentemente os símbolos da Páscoa, como o ovo. O dia a dia ganharia mais sentido; não nos tornaríamos presas fáceis do consumismo. Que nesta Páscoa de 2023 se instaure o reino de Deus entre nós. Que a alegria tome conta de cada lar, principalmente das casas dos pobres. Que a virtude teologal da esperança frutifique na alma de todos os leitores! Amém.
Feliz Páscoa!
(Texto adaptado do livro “Reflexões de um Católico”, de Edson Luiz Sampel, Editora LTR, p. 96).