A Igreja é, acima de qualquer coisa, obra do Espírito Santo, que na luz do mesmo Espírito se renova incessantemente, pela ação das pessoas de boa vontade.
Por Geovane Saraiva
A humanidade, na missão ou no sonho da plena realização da cidade perfeita, sem ocaso, ou cidade celestial, apropria-se dos meios concedidos através da Igreja, naquela célebre definição de sociedade perfeita, por ela conter esses mesmos meios para se chegar ao fim último e feliz, mas tudo numa lógica cristalina, em que se busque ou deseje realizar, já aqui no mundo das pessoas, no sentido mais altaneiro e sublime, o pensamento do poeta maior, Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”.
Que no outubro missionário de 2021 se possa acreditar e se convencer, sempre e cada vez mais, de que a natureza da Igreja consiste em ser missionária, em ser o povo santo de Deus a caminho ou em marcha, no esforço ininterrupto e perdurável de quebrar a crosta do egoísmo. Como comunidade de fé, ela foi envolvida e escolhida pela imagem misteriosa, aquela de antes da fundação do mundo, evidentemente para o louvor da sua glória, manifestado na sua plenitude em Jesus de Nazaré (cf. Ef 1, 4).
A essência da missão da Igreja, levando a cabo e dando cumprimento ao dinâmico processo evangelizador, o de plantar ardorosamente a semente do Evangelho, constitui-se e se forma, a partir de renovada força, com sangue missionário no interior das comunidades e mesmo proporcionando o surgimento de novos núcleos, em obediência ao mandato daquele que é o fundamento da missão (cf. Mc 16, 15), sendo tudo para o louvor da glória do Senhor Deus.
A Igreja é, acima de qualquer coisa, obra do Espírito Santo, que na luz do mesmo Espírito se renova incessantemente, pela ação das pessoas de boa vontade. Na Igreja, eis a energia, segundo a vontade divina, de se trabalhar interiormente, a partir do Espírito da verdade, que, no decurso dos tempos, guiou e continua a guiar à mais plena e completa dinâmica de se “avançar para as águas mais profundas” (cf. Lc 5, 4).
Constantemente, percebe-se a urgência de se acreditar e não prescindir da Igreja. Ela nasce, emerge ou surge como resposta bem compreendida do povo de Deus, mas na ação do Espírito Santo. Na missão da Igreja, mas numa estreita união, mistério de amor, qual parece se confundir, pela eclesiologia e cristologia, vendo-a como continuadora da existência do Senhor de Nazaré atualizando nele a missão, pela concretude de encarnação, na promessa de se fazer novas todas as coisas. Assim seja!