A Ásia é um continente de Missão?

Foto: Kevin Frayer/Getty Images

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Cada realidade é um desafio e uma oportunidade a ser transformada pela missão de amor e serviço da Igreja à vida em toda a sua plenitude.

Por Geoffrey Boriga *

Na área de desenvolvimento, as situações no Continente asiático são tão diversas que desafiam a classificação em uma única categoria. Alguns países são altamente desenvolvidos, enquanto outros ainda se utilizam de políticas econômicas precárias. Em alguns casos, o custo de tal desenvolvimento tem sido feito à custa dos valores sociais e religiosos tradicionais. No entanto, alguns países asiáticos foram capazes de adaptar esses princípios à economia moderna e à vida política sem efeitos adversos. Outros, ainda, tiveram menos sorte na área de desenvolvimento e permanecem entre alguns dos mais pobres do mundo.

O materialismo e o secularismo também vão ganhando espaço, principalmente nas áreas urbanas. Essas ideologias que solapam os valores sociais e religiosos tradicionais ameaçam as grandes culturas da Ásia com danos incalculáveis.

Situação Política

A situação política no Continente é tão variada quanto suas dimensões sociais e econômicas. Muitos matizes ideológicos compõem o espectro político. Existem formas teocráticas de governo com uma religião oficial do estado e sistemas legais que deixam pouco espaço para a liberdade religiosa. Alguns países, embora não sejam abertamente declarados teocráticos, reduzem as minorias na vida cotidiana ao nível de cidadãos de segunda classe, com pouca proteção para seus direitos humanos fundamentais. Em outros países, a liberdade religiosa é negada. Às vezes, os crentes nessa situação são vistos como traidores; eles sofrem perseguição e são levados à clandestinidade.

Com essa breve descrição da realidade asiática, percebemos que há necessidade de uma experiência missionária mais profunda. Portanto, a Ásia é um continente de missão por excelência. É necessária a evangelização primária, a atenção à formação dos leigos, a conscientização da vocação e da responsabilidade missionária cristã, o diálogo cultural e inter-religioso, a questão da inculturação e também a partilha de experiências espirituais.

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Missionários e missionárias da Consolata que trabalham na Coreia do Sul, Mongólia e Taiwan reunidos em Seul com a Direção Geral IMC, maio de 2018. Foto: Marcos Coelho

Igreja

Por outro lado, atenção especial deve ser dada ao trabalho de promoção e libertação humana. Isso inclui: apoio a refugiados, migrantes, classes oprimidas e sem-terra. Portanto, é necessário defender os direitos legais das minorias e dos marginalizados como parte da missão da Igreja. No final, a Igreja asiática deve trabalhar para se tornar fermento entre as pessoas de outras tradições religiosas e seculares.

Os missionários da Consolata não ficaram para trás na missão da Igreja no que diz respeito ao continente. Os capítulos gerais realizados em 1999 em Sagana (Quênia), em 2005 em São Paulo (Brasil) e 2011 em Roma (Itália) enfatizaram que deveriam dar maior prioridade à entrada no continente asiático. Até agora, “nossa Ásia” como missionários da Consolata é composta por três países: Coreia do Sul, Mongólia e Taiwan.

* Geoffrey Boriga, imc, é missionário na Ásia. Publicado na Revista Missões, Novebro 2020.
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